As famílias Bess Formighieri e Brancher tiveram uma inestimável não faz muito tempo. . Trata-se de Aníbal Bess Formighieri, nosso compadre, marido da Vitória Leda Brancher (Formighieri), pai do Dudu e do Cacau. Na comunidade de Duas Pontes, hoje município de Zortéa, era conhecido como "Doutor Aníbal", diretor administrativo da Zortéa Brancher S/A-Compensados e Esquadrias. A esposa, Vitória, era Diretora da Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida, onde trabalhei de 1977 a 1980, por três anos. Aníbal e Vitória são padrinhos de uma de nossas filhas, a Caroline.
Meu primeiro contato com ele se deu por telefone. Eu trabalhava na empresa Álvaro Mallon e Filhos, concessionária de Mercedes-Benz em União da Vitória, sendo o responsável pela sua filial. Foi uma sequência de telefonemas que durou mais de uma semana.. Senti firmeza nele, nas propostas que me fez, e "pedi a conta" na empresa onde trabalhei por cinco anos, tendo feito uma carreira muito produtiva e positiva.
E, em fevereiro de 1977, eu já estava com a mudança em Zortéa, com o fito de lecionar Inglês e Língua Nacional (Português), na escola local. Mas tudo isso não foi por acaso! Alguns meses antes, em uma de minhas visitas aos familiares, em Ouro, fui à Auto Elite, em Capinzal, onde trabalhava meu irmão Hiroito (Piro), e lá revi minha colega de aulas, a Erondina Moro, que me apresentou à Vitória, a qual havia ido fazer a revisão de sua Variant cor marrom. Conversamos, nos entendemos, e ela me convidou a voltar para minha região de origem, para trabalhar na escola que dirigia. Eu tinha o desejo de voltar, mas o que contou mesmo foi a insistência da família, através do Aníbal.
Chegamos e a casa onde iríamos morar não estava desocupada. Então descarregamos a mudança na escola e, depois, nos deslocamos a uma casa. Logo adiante, para uma outra bem melhor, grande e confortável, localizada ao lado da de Aníbal e Vitória. Eu tinha 24 anos e a Miriam 18. Éramos um casal jovem e cheio de sonhos. Foi bom porque ali, em 05 de maio de 1979, tivemos nossas filhas gêmeas, Michele e Caroline.
Nossa integração com a comunidade foi rápida e criamos amizade, primeiro com os "patrões" e depois com os colegas professores, alunos, comunidade, colegas de trabalho na empresa onde eu atuava no Departamento Financeiro, como auxiliar, no período da tarde. Na escola, pela manhã e noite, lecionava Inglês, Língua Nacional, Educação Física e PPT, a Preparação para o Trabalho. Integramo-nos na área social e religiosa, jogando futebol no Grêmio Esportivo Lírio, e na Capela de Santa Catarina, onde batizamos nossas filhas, fui celebrante de culto e secretário da sua diretoria.
Posso asseverar, com toda a segurança, que o Aníbal foi o maior benfeitor da história social e religiosa de Zortéa. Empenhava-se, firmemente, na construção de melhorias tanto na escola, quanto na capela e no clube, o Grêmio Lírio. Houve uma época, anda antes de conhecê-lo, que trouxe quatro jogadores de futsal de excelência, de Passo Fundo, para atuar pelo Lírio no Campeonato de Verão do Ginásio André Colombo, em Ouro, sagrando-se campeão. O time titular era completado pelo Pedro Raimundo Hilguert, o Camomila, de saudosa memória.
Uma vez, fomos com ele até Treze Tílias e encomendamos uma escultura de Jesus Crucificado, junto ao escultor Godofredo Thaler. Cedemos o cedro e a obra ficou perfeita, destinando-se à Capela de Santa Catarina,
Quando da vinda dos padres missionários, em 1978, tivemos forte ligação com os mesmos, sendo que foram alojados, a pedido deles mesmos, na parte da sacristia da capela. Faziam as refeições na casa de Aníbal e Vitória, e algumas na nossa e na de Pedro Domingos de Paoli. O Padre Mantovani, chamado de Padre Gringo, tinha muito jeito para liderar grupos e fez grande amizade conosco e com a comunidade.
No início da década de 1980, a família Brancher/Bess Formighieri mudou-se para Campo Grande, no Mato Grosso. Depois disso, pouco contato com eles nós tivemos. Uma vez, em Ouro, recebemos a visita de Aníbal, que esteve em nossa casa. Depois, quando do falecimento do pai da Vitória, Guilherme Brancher, nos encontramos na Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, de Capinzal.
Tenhos ótima e saudosas memórias de Aníbal, Vitória, e das crianças. Uma amizade muito sincera e verdadeira. Muito nos ajudaram quando chegamos e quando saímos de Zortéa. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo que fizeram por nós em nossa juventude, quando tínhamos muita energia, vitalidade, mas pouca experiência. Com a Vitória me animei a escrever, pois ela me incentivava a isso, e hoje posso dizer que a "criatividade" que despertamos em nossos alunos, através das obras de Samir Curi Meserani, consigo escrever infinitamente. Com a ousadia para o empreender, herdada de Aníbal, consegui realizar meus empreendimentos sociais, políticos e literários.
Muito haveria a dizer. Tenho certeza de que, tão triste como é o meu lamento, é o de todos os que o conheceram nos saudosos tempos de Zortéa. Deus saberá retribuir-lhe, lá em cima, por tudo o que fez de bom em Zortéa e pelos lugares por onde passou. Uma alma divina, um coração grandioso, tudo numa pessoa fenomenal, em que se configura um esposo e pai amoroso, respeitador e respeitável.
Com um fraterno abraço em todos
Euclides Riquetti e família
17-06-2022 - atualizado em 24-12-2024
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