O Sete de Setembro, em nós, madurões, desperta saudosa memória. Em que pesem divergentes opiniões sobre a importância ou a ideologia dos desfiles, "A Grande Parada Cívica" pode ser vista como uma parada cultural. Aliás, paradas culturais poderiam acontecer nos aniversários das cidades, com as escolas, as entidades, as empresas, as agremiações esportivas, enfim, a população saindo às ruas para um grande congraçamento. E não precisam acontecer todos os anos, mas seria bom que acontecessem. Porque, convenhamos, do jeito que as coisas têm andado, fazer aflorar o sentimento cívico numa população descrente de (quase) tudo, não é tarefa fácil.
A mim, o "Dia da Independência", traz belas ( e algumas frustrantes) lembranças. Lembro-me com saudade de quando era estudante do primário, no Mater Dolorum, e as irmãs colocavam-nos para marchar. Todos devidamente uniformizados, a grande maioria sabendo cantar o Hino Nacional, boa parte conseguindo acompanhar o Hino da Independência. Nossa cidade era Capinzal, o Ouro era apenas seu Distrito. Saíamos em marcha pela Felip Schmidt, passávamos pela Ponte Nova, descíamos pela antiga Rua do Comércio, hoje Ernesto Hachmann, e a solenidade acontecendo no Campo Municipal, onde hoje se situa a estação rodoviária da cidade.
Mas, o que me emocionava, mesmo, eram os aplausos da população que assistia aos desfiles, ocupando as calçadas defrontes as casas, as janelas, as sacadas. Que saudades dos aplausos da entusiasmada Dona Maria Fávero, a mãe das colegas Tina e Marina, que se postava ali perto da DISPA e nos saudava com as mais sonoras salvas de palmas. E, nós, garbosamente, com a fronte erguida e o olhar brilhante, marchávamos.
Alguns anos à frente, tocávamos o bumbo na fanfarra. Que orgulho, que alegria! Que momento especial para toda a classe estudantil! Quanta saudade daqueles tempos que não voltam mais. Quantas saudades dos aplausos e da Dona Maria, que foi embora para Ponta Grossa, lá onde mora uma das minhas queridas filhas, a Michele, que criou-me este blog. Nem vou falar do tempo em que a Michele e Caroline, desfilavam pelo Coral Municipal de Capinzal ou integravam a Fanfarra magistralmente dirigida pelo Elói Correa e coreografada pelo seu filho Elanderson. Seriam lágrimas e lágrimas, certamente. Bons tempos, mesmo!
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