domingo, 1 de março de 2015

Sem caminhão, o Brasil para!

          Este foi o título de meu artigo na coluna do semanário Cidadela, aqui de Joaçaba. Escrevi há 5 dias. E continua  valendo...
       
          Participei, neste sábado, das manifestações em favor dos caminhoneiros autônomos, aqui em Joaçaba. O movimento iniciou-se defronte à Prefeitura Municipal, com passeata por Herval D ´Oeste, chegando até o Centro de Promoções de Joaçaba, na BR 282, ida para Chapecó. Reivindicação juta a deles. Ninguém é obrigado a trabalhar de graça ou pagar para trabalhar. Até minha neta, a Júlia, cantou o Hino Nacional com a mão no peito e muito respeito. Ela tem a justa compreensão do que está acontecendo, embora ainda não tenha completado 5 anos. Já esteve em manifestação em favor dos professores da rede estadual também.
        
          O que faz doer na alma da gente é ver o significativo número de policiais da PRF e da Polícia  Militar Estadual presentes para dissipar o movimento.  Ora, em minha vida, já emiti notas de apoio tanto aos estaduais quanto ao federais. Sempre fiquei do lado de quem reivindicou direitos, jamais  no lado contrário. Ontem, lá no CPJ me senti um bandido, um pária, um imprestável. E imagino o que devem estar sentindo os caminhoneiros. São autônomos, nenhuma entidade os representa. E não fizeram nenhum acordo com nenhum governo...aliás, no tempo da ditadura, ( e devo dizer que sou radicalmente contra qualquer tipo de opressão!), o preço do litro de óleo diesel era menos de metade do preço do da gasolina. Diziam que era subsídio: mentira! É só tributar o óleo diesel com menor incidência de impostos e veremos que é possível ter um preço justo. Não nos esqueçamos de que este combustível é o que aciona as máquinas nas lavouras, as que constroem as estradas e os caminhões que transportam nossa produção.

          Numa desastrada entrevista à TV, o ministro Eduardo Cardozo fez todas as ameaças possíveis os caminhoneiros, falando em multas que vão além de as das infrações de trânsito: R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 por hora parada de cada caminhão que estivesse impedindo o trânsito de fluir. Coisa bem pior do que na ditadura. Um ministro mala que já nos deve explicações sobre seus colóquios com os advogados dos empreiteiros do petróleo. Um ministro fanfarrão que deveria pedir desculpas á nação e solicitar sua demissão, enquanto não o tirem de lá...

          O Governo Brasileiro errou feio em sua estratégia de se manter no Poder, conduzindo a política econômica de forma equivocada. E gastando muito mais do que deveria. Agora, o consumidor brasileiro é que está pagando a conta disso. Vá aos supermercados e constate o comportamento dos preços. Se você acompanhou durante os últimos dois anos vai poder observar o quanto o custo de vida subiu. Alimentos, material de limpeza, utensílios, tudo, vergonhosamente caros.

          O cidadãos têm o direito de votar em quem desejam e isso é inalienável. Respeito, sempre, as posições que divergem das minhas. Procuro entender, pois a pluralidade de opinião e de ideologias á salutar, não apenas para o Estado Democrático de Direito, como para nossa vida cotidiana.  O que não se pode fazer é defender o indefensável.

           Lamentável que a polícia, para cumprir seu dever e disciplina hierárquica, esteja lá forçando a barra sobre os caminhoneiros, querendo prender quem os defende, inclusive advogados, como foi o caso do episódio que envolveu meu amigo Dr. Éber Marcelo Bündchen que, corajosamente, está junto conosco no apoio aos caminhoneiros.   

          Nunca o slogan "Sem caminhão, o Brasil para", esteve tão em evidência. Para, sim!

Euclides Riquetti  

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