quinta-feira, 7 de maio de 2015

Brincadeiras de Criança - (Palestrando no SESC Joaçaba)

          Na terça, 05, a convite da Coordenadora Liliana Demarchi, fui bater um papinho gostoso com crianças dos Projetos Educativos do SESC em Joaçaba, onde também sou aluno. Havia uma motivação especial em palestrar para os alunos 46 alunos das professoras Fabiula e Danieli: ia recontar experiências que vivi em minha infância, relatar sobre as brincadeiras que costumávamos fazer naqueles tempos difíceis, mas não menos divertidos do que agora, vividos em Capinzal e Ouro, minha terra natal.
          As crianças estavam com os olhinhos acesos, muito bem postados, educados, atentos: disciplinados! E, como é bom poder fazer interação com crianças que gostam de ouvir as histórias que temos pra contar. Costumo introduzir minhas conversas com uma historinha descontraída e, em no máximo 1 minuto, há quem já esteja levantando o dedinho para fazer perguntas. Na verdade, à medida que a gente vai mencionando fatos, eles vão ligando-os com outros de sua vivência. A maioria das "brincadeiras de criança" não são mais praticadas, uma vez que elas foram sendo substituídas por jogos eletrônicos, coisas de seus brinquedos "importados", dos computadores e dos celulares.
          A ideia do pessoal do SESC em revivenciar experiências de outras épocas e trazê-las à luz os alunos tem forte apelo pedagógico e merece nosso apoio. Iniciei mostrando-lhes um bilboquê, aquele brinquedo de madeira que consistia em uma espécie de campânula maciça, com um furo, ligada por um cordão a um pino, também de madeira, que, após movimentos de habilidade, deve introduzir-se à peça maior. Fiz alguns "pontos" e contei-lhes que, na minha adolescência, na época do Mater Dolorum e do Padre Anchieta, em Capinzal, ou nas brincadeiras da Rua da Cadeia, em Ouro, todos tínhamos o hábito de jogar com o dito brinquedo. Também levei uma bolinha de borracha e desenhei no quadro como jogávamos os "tacos", ou "betes" com as casinhas (forquilhas de galhos de plantas), naqueles tempos memoráveis. Todos os alunos já jogaram peteca e alguns já sabem até como fazê-las.
          Alguns já conheciam ambos os brinquedos. Até tentaram praticar o jogo do bilboquê, mas isso não é coisa que se aprende assim tão facilmente: requer treino e dedicação. No meu tempo de adolescência,  havia exímios bilboqueiros, como o Aldemir Costenaro (o Gauchino), Ézio Andrioni ( o Bijujinha) e o Antoninho Carleto (o Volpatinho).
          Também lhes relatei sobre as brincadeiras de Tarzan, com os cipós,  as Cinco Marias, a Gata Cega, o Esconde-esconde, Carrinhos de Rolimãs (Taca-le pau, Marco Véio!), Pingue-pongue, Bolicas de Vidro, Bonecas de Porcelana e de Panos, Balanços com Cordas, Jogo de Pular Cordas, Canoas de Butiá ou Palmeiras deslizando em gramados de potreiros, Bolas de Meias, Brincadeiras de Guerra com índios e soldados, Caçador, e muitas outras.
          Pude constatar que boa parte deles já ouviu falar dessas brincadeiras. Os seus avôs e avós, pais, ou mesmo tios, lhes falaram ou ensinaram sobre elas. Alguns vovôs já fizeram brinquedos assim para eles. No andar da carruagem, todos eles deram depoimentos e me fizeram perguntas ou relataram sobre o que aprenderam com as pessoas mais velhas. Têm entendimento de que as pessoas se divertiam, antigamente, mesmo não tendo os brinquedos que temos hoje.
          Posso asseverar que a experiência foi excelente e a amizade travada com eles foi recíproca. Nesta tarde, quando eu saí de minha aula, encontrei-os no corredor e me cobraram quando é que eu ia escrever a crônica sobre isso.
          Pois aqui está o relato. E foi uma alegria tê-los conhecido e podido compartilhar com eles minhas experiências.

          Grande abraço em todos os amigos do SESC Joaçaba.

Euclides Riquetti
06-05-2015

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