Na manhã desta sexta, 17, quando saí para minha caminhada diária com o amigo Valdecir Piovesan, nas proximidades de seu hotel, o Hotel Joaçaba, deparei-me com funcionários do SIMAE de Joaçaba realizando um trabalho de adequação do esgotamento sanitário do edifício com a rede coletora pública. Fiquei olhando os dois trabalhadores que tinham a tarefa de fazer o devido ajuste. Eram dois Senhores de meia idade, mostravam ter conhecimento de seu metier. Quando eles terminaram um dos serviços, indispensável para a conclusão da intervenção, falei: "Parabéns, vocês fizeram um ótimo trabalho!"
Quantas vezes você, leitor, leitora, já não viu alguém ser prático e ágil ao fazer algum trabalho manual ou intelectual e ficou admirado com o que viu? Pessoas simples, que têm o conhecimento prático e do senso comum, que resolvem os problemas sem confusão e sem estardalhaço!
De uma maneira simples, vou relatar o que vi hoje: Dois trabalhadores precisavam de assentar, em posição vertical, um tubo de concreto vibrado de 300 mm, sobre a rede pública de esgotos, ligando-a à saída do edifício, em tubulação de PVC. Precisavam de apenas 70 cm lineares de tubo de concreto, não do metro como é fabricado. E precisavam de que tivesse um orifício pelo qual deveria entrar o tubo de PVC, promovendo o adequado acasalamento. O que fizeram?
Primeiro, um deles pôs-se a fazer um corte no tubo, de forma que ficasse com apenas 70 cm de comprimento. Pegou uma marretinha e fez um risco de meio círculo em metade do tubo. Passou a bater, levemente, com a marretinha, por sobre o risco. Findo isso, rolou parcialmente o tubo fez o mesmo do outro lado. Depois, deu uma pequena batida no tubo e o resultado foi que obteve duas partes, uma com 70 cm e outra com 30. Perfeito!
Agora, precisavam fazer o orifício lateral no de 70. Então, o que havia partido a peça falou ao outro: "Agora, é preciso fazer o furo e eu não sei fazer. Faça você que sabe fazer bem". Este, escolheu o ponto ideal e começou a bater, sistematicamente, de leve, com a marretinha e, em instantes, o furo estava feito. Sem danos ao corpo do tubo. Dois mestres em seu serviço, dois trabalhadores experientes. Poucos minutos depois o trabalho estava todo concluído, ficando o local pronto para receber a camada básica para assentamento de massa asfáltica.
Brinquei com eles, falei que não é todo o engenheiro que tem uma prática dessas, que tudo a gente aprende com observação e interesse. O que eles fizeram, muitos de meus colegas de trabalho, no Município de Ouro, também faziam. O conhecimento empírico, que se adquire na base do "aprender a fazer fazendo", precisa ser valorizado. Você também deve conhecer muitas pessoas que fazem maravilhas, anonimamente. Mostre a elas que você valoriza o que elas fazem. Valorize as pessoas práticas, criativas e eficientes no trabalho. Mostre-lhes o seu reconhecimento e deixe que percebam que o trabalho delas é importante. Lembre-se de pessoas que têm muito capricho naquilo que fazem: comida, limpeza, bordados, cortes de cabelos, penteados, pintura das unhas, muros, pintura de paredes, corte da grama e muitas tarefas mais. E não esqueça de valorizar, também, o trabalho dos professores de seu filho!
Euclides Riquetti
17-07-2015
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