quarta-feira, 15 de julho de 2015

Dia do Homem - Obrigado, ...

          Pela manhã, bem cedo, descobri que hoje, 15 de julho, é o Dia do Homem. Pouca gente dá importância a isso, né? Nem o comércio, que sempre aproveita algumas datas para faturar, aproveita a oportunidade! No Dia da Mulher, costumo me manifestar sobre elas e a importância que têm na vida dos homens. É badalação nos meios de comunicação, isso e aquilo...

         Os homens estão perdendo espaço para as mulheres. Culpa nossa, tenho absoluta certeza disso. As mulheres, em sua grande maioria,  leem mais do que os homens, cuidam melhor da saúde delas, procuram vestir-se bem, cuidar dos cabelos, da pele, das unhas, da maquiagem, dos dentes, da cor do batom, do perfume que atrai e encanta. Estudam bastante, aprendem, têm modos mais delicados. E as práticas que, historicamente, eram quase que exclusivas dos homens,  principalmente  no campo profissional, estão cada  vez mais ao cargo das mulheres.

          De minha parte, procuro cuidar de mim, de minha saúde, da forma física, de minha evolução intelectual. Tenho uma razoável capacidade de organização e sei da importância de ser educado, agradável e cordato. Procuro respeitar meu semelhante, valorizo a vida, reconheço mérito nas pessoas, procuro aconselhá-las e ajudá-las a melhorar sua vida. Mas, de onde me veio isso, essa forma de viver, de ter minha conduta, de me posicionar como um ser que tem opinião política, que defende suas ideias, que procura ser justo e que deseja que todos tenham uma vida melhor?

         Eu teria que buscar em minhas origens, minhas raízes. O gosto pela leitura, pelo conhecimento, pela inserção cultural, pelo desenvolvimento intelectual, herdei, positivamente, de meu pai, Guerino (Richetti), que tornou-se Riquetti quando saiu do Instituto São Camilo, seminário de padres católicos, de São Paulo. Teve boa formação, estudou lá até o primeiro ano de Filosofia, casou-se com minha mãe, Dorvalina Adélia Baretta, me educaram com severidade, puseram-me trabalhar desde tenra idade. Convivi com ele dos 8 aos 18 anos. Aprendi muito com ele, perdi-o quando ele tinha 55 nos, eu estava com 24. O mundo desabou, mas demos a volta por cima...

         Convivi a maior parte de minha infância, dos 14 meses até os 7 anos, com meu padrinho, João Frank, (e minha madrinha Rachele Vitorazzi Frank), lá no Leãozinho, (Capinzal-Ouro). Ensinou-me boa educação, ensinou-me a rezar, a ter muito respeito pelos outros, a pescar, a andar a cavalo, tirar leite de vaca, fazer quirera para as criações, até declamar umas quadrinhas como: "Tatu rolou na água/Nem o casco não molhou/Jacaré de uma risada/Capivara não gostou..."

          Tive pouca convivência com meu avô paterno, Frederico Richetti, que morava na Linha Bonita e depois foi para a cidade. Ele passava boa parte do tempo trabalhando nas propriedades dos colonos, onde ia fabricar pipas, barris, tinas e quartos para a armazenagem de vinho. Era exímio marceneiro, foi colono forte, deixou uma colônia de terras para cada um dos filhos. Músico, tocava na Banda do maestro Escamussato, gostava de cantoria, coisa que legou aos filhos.

         Bastante convivência com o Nono Victório Baretta, comerciante em Linha Bonita. Ensinou-me como fazer chimarrão, dava-me bons conselhos, puxava conversa. Quando fiquei adulto sempre o visitava, ele e a Nona Severina (Coltro Baretta), era muito simpático, honesto e trabalhador. Aprendi muito com  ele, gostava de ouvi-los falarem um dialeto milanês.

          Tenho um filho homem, Fabrício, que procurei educar com muito carinho, incentivei-o a estudar, aprender a fazer suas coisas, resolver seus problemas. É muito parecido comigo em suas atitudes e na agilidade para resolver os problemas. Inquieto como eu, somos do mesmo tamanho, até costumamos trocar nossas roupas. Temos os mesmos gostos, torcemos pelos mesmos times, somos ansiosos e queremos resolver tudo muito rápido. Ansiosos...

          Meu pai, padrinho, meus avôs, meu filho! Também a meus irmãos Ironi (in memorian), Hiroito (Piro), Vilmar e Edimar. Todos vocês merecem meus respeitos e minha gratidão. Todos, em algum momento da vida, cada um à sua maneira, deixaram-me algo de muito bom.

          Que Deus guarde os que partiram e dê saúde os que estão com a gente!

Euclides Riquetti
15-07-2015

         

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