sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A Chape e os Origamis de tsurus

         

         

Jovens confeccionam origamis no gramado da Arena Condá, o estádio da Chape, em Chapecó.

          Passamos por Chapecó na quarta-feira, dia 11, quando íamos a Campinas - SP. Chegamos pela manhã e fomos visitar a Arena Condá, o estádio da Chapecoense, que teve seus atletas e dirigentes vitimados pela tragédia de Medelín, na Colômbia, na madrugada de 29 de novembro de 2017, quando 71 pessoas perderam a vida, sendo 19 delas jogadores de futebol profissional, que iriam disputar o título da Copa Sul-americana de Futebol, contra o Atlético Nacional daquele país.

          O estádio da Chape tem sido visitado por grande parte das pessoas que passam pela cidade.Vão lá, tiram fotos, conversam com os funcionários. Particularmente, dirigi meu olhar para o gramado, as arquibancadas, e fiquem lembrando-me das imagens do velório dos atletas, do choro das pessoas que lotaram a Arena para esperar pelas vítimas, do verde-e-branco que tingiu com as cores da natureza todo o cenário daquela cidade e ainda tinge. Ainda me emociono quando vejo reportagens sobre o acontecido...

          Estivemos a poucos metros da trave onde o goleiro Danilo operou defesas milagrosas na semi-final da Sul-americana, garantindo a classificação de nossa Chape. Numa das entradas, ao lado esquerdo, está um grande pôster com os jogadores comemorando a última vitória...

           Eu estivera lá há uns dois anos com a nora Luana, que também gosta de futebol. Lembrei-me de jogos que vi pela TV, do entusiasmo da torcida, lembrei que, num Cruzeiro que fizemos para o Uruguai e Argentina, jantávamos na mesma mesa que uma adolescente filha de um dos dirigentes falecidos  no desastre aéreo. Rezei por ela também, para que tenha forças para superar a perda do pai...

         Agora a Chape está tentando recompor-se, com novos dirigentes, nova Comissão Técnica, novos jogadores. E, nesta sábado, joga contra o Palmeiras, atual campeão brasileiro, em jogo cuja renda será revertida em favor das famílias das vítimas. Para este jogo, crianças, adolescentes e jovens estão confeccionando origamis de tsurus, com pássaros e corações. Estão pendurando nos alambrados, vão confeccionar 15.000 deles para distribuir entre os torcedores que lá estarão. É uma forma de eternizar as lembranças, de mostrar que sentem saudades do que se foram... Também sou sentimental, tendo coração e alma, também sofri com a perda dos atletas, que eram treinados pelo Caio Júnior, de quem sempre fui fã, influenciado pelo meu cunhado Celso Kaminski, pai da Juliana, do Fernando e do Cassiano, fundador e que foi conselheiro do Paraná Clube, em Curitiba.

          Pesquisei sobre os origamis e copiei para vocês num site: "Os origamis, nos desenhos de tsurus (pássaros) e corações, significam a paz e o amor. Mas, no caso da Chapecoense, o sentimento vai muito além. A intenção da campanha intitulada “Manifeste seu amor” é passar uma mensagem de confiança e expressar apoio e fé no..."

          Ora, o povo de Chapecó e os catarinenses, mesmo os brasileiros, estão ainda muito consternados com o que aconteceu com nossa Chape. Em Campinas, nesta semana, comprei uma camisa da Chape, agora Campeã da Copa Sul-americana, por uma especial deferência do Atlético de Medelín. Ainda me emociono, sim... e isso vai acontecer por muito tempo, ainda.

E continuo fazendo minhas orações pelos que ficaram... Que Deus lhes dê forças para irem suportando... E ainda ecoa em meu pensamento o grito famoso no mundo inteiro: "Vamos, vamos, Chapêêê...!!!!"

Força, Chape!

Euclides Riquetti
20-01-2017


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