domingo, 28 de outubro de 2018

É preciso dizer... e é preciso comparar... e é preciso esforçar-se por entender!


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       Sou totalmente a favor da democracia, acho que no mundo não há lugar para ditaduras. Ainda é o melhor regime político para todos os países, o direito das pessoas precisa ser sempre respeitado. Abomino toda a forma de tortura física, pressão psicológica, agressão física ou moral.  As pessoas precisam respeitar para se fazerem respeitar. Todos os seres precisam ser respeitados, inclusive os animais e as plantas. Tudo o que é natural e orgânico precisa de bom trato!

       A campanha eleitoral deste ano foi pura baixaria! Tanto no primeiro como no segundo turno. Agressões pelas redes sociais, pelo rádio, pela televisão, nas ruas... Tudo muito condenável! Há três décadas, os candidatos podiam colocar sua foto e seus currículos  para aparecerem nos programas de TV. Achavam que era pouco e foram abrindo espaço para toda a sorte de propaganda. Campanhas políticas foram secundadas por shows de artistas muito bem pagos, inclusive por gente que recebia benefícios das leis da Cultura, dinheiro nosso, dinheiro que faz falta para diversos serviços essenciais à população.

       Tentaram regular tudo, proibiram os candidatos de distribuírem chaveiros, camisetas, etc. E isso serviu pra quê? Ora, uma vergonheira está instalada em todas as formas de comunicação desta última campanha. É visível o que há de matéria tendenciosa, jornalista tendencioso, cientista político e social tendencioso! Aliás, as escolas também tornaram-se  grandes depósitos de aparelhos ideológicos, cada um  tentando passar pra frente suas convicções, nem sempre as mais salutares, ou melhor: nunca ou nada salutares. Cada um foi perdendo a vergonha na cara da forma que achou mais conveniente, ou que melhor atendeu a seus interesses e conveniências. Agora, o desespero da perda das tetas faz com que muitas pessoas se achem na razão de dizerem as bobagens que querem, as asneiras que lhes convêm, sem se importarem com o que possam causar em termos de danos morais.

       Na semana que vem, as notícias serão outras. Começar-se-ão as especulações sobre as composições dos ministérios, das secretarias nos estados, virá  a choradeira dos derrotados e dos seus seguidores. Mas o Brasil precisa andar. A ordem e a disciplina precisam voltar e é isso que as urnas estão indicando para a classe política. Os caciques ou coronéis donos de currais eleitorais vão dar lugar a uma nova geração de políticos, que podem trazer o Brasil de volta aos eixos. Queremos um Governo que não gaste mal nosso dinheiro, um Judiciário justo, em que quem está errado tenha que ser punido e quem estiver certo seja inocentado. Que os parlamentares atuem de forma isenta, votando os projetos que sejam bons para os brasileiros e os catarinenses. E que sejam seguidos planos de desenvolvimento e não planos de partidos políticos. A onda de mudança que cobriu o País dá crédito aos eleitos para que façam o que tiver que ser feito. E que a disciplina venha a imperar em todos e por todos os meios. É notório que os governos pós-militaristas foram um fracasso. Falharam na segurança, nos investimentos em infraestrutura, saúde e educação e deixaram imperar a corrupção. Gastaram em propaganda e demagogia. Incentivaram o ócio e a fala irresponsável. No governo pós-militar, dou como exceção Itamar Franco, que colocou a Economia em ordem e deu bons rumos ao Brasil. Saiu limpo do Governo e poucos reconhecem isso.

       Qualquer cidadão lúcido pode e deve fazer uma comparação do que temos vivido com o que foi no passado. Em 1972, quando ingressei na Faculdade, em União da Vitória, Paraná, o salário mínimo lá era de Cr$ 250,00. Descontava Cr$ 20,00 de INSS, que eu compensava com horas extras. Trabalhava o dia todo e ia para a faculdade todas as noites. Tive aulas aos sábados à tarde durante os quatro anos.  Pagava Cr$ 50,00 de mensalidade na Faculdade, Cr$ 120,00 de pensão e me sobravam ainda Cr$ 80,00 para o cinema, o lazer, o frapê, a torta de requeijão com nata, o sorvete, e até para a mensalidade do curso de Inglês no Yázigy. Agora você consegue fazer o quê com um salário mínimo?

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC   www.blogdoriquetti.blogspot.com

Meu artigo no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC -  em 26-10-2018

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