terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O mundo voltando à realidade após as eleições

 



       O serviço da saúde pública é o melhor campo de atuação para pessoas que desejam crescer na política. Ao longo dos anos, venho acompanhando as candidaturas aos cargos de prefeito, vice e vereador na nossa região, com atenção especial às pessoas que atuam nas secretarias municipais e nos postos de saúde. Inclusive, com a percepção de que pessoas alcançam bons resultados nos pleitos e, depois de se afastarem das funções de contato com a população, acabam tendo seu número de votos muito reduzidos.

       Vamos ficar, em 2020, nos exemplos das campeãs de votos no pleito de 15 de novembro, na busca de uma vaga à Câmara Municipal de Joaçaba e de algumas cidades lindeiras: 

a)       Capinzal:  candidato mais votado ao cargo de vereador, Dalva Dalcortivo, com 974 votos. Fez seu nome atendendo bem as pessoas nos postos de saúde daquela cidade, é da área de enfermagem. Me disseram que ela resolvia os problemas de quem buscava os serviços onde trabalhava. Atuou também em farmácia da área privada;

b)       Joaçaba: candidata mais votada, Dra. Rita Valéria Weiss, dentista, com atuação na rede pública municipal. Obteve 848 sufrágios. A profissional atenciosa, eficiente e simpática colheu pela maneira como plantou;

c)       Catanduvas: Elizete Cardoso da Silva, da área de enfermagem, foi secretária da saúde daquela cidade e agora, trabalha no hospital local e obteve 460 votos para vereadora, sendo a candidata mais votada também;

d)       Erval Velho: Adriana Galhoto, com 255 votos, obteve mais do que os outros concorrentes. Atua na área da saúde daquele município.

        Após as eleições, o mundo volta à realidade. As contas que não foram pagas precisar ser, a comida virá à mesa se houver trabalho e ganhos, e as prestações e tributos precisam ir sendo pagos. Somem as possibilidades de milagres, a vida volta a ser dura como antes, o maná para de cair do céu. A black enganação, por enquanto, só anuncia promoções em coisas de que não precisamos comprar, o governo cria as polêmicas encima das vacinas, mas o vírus letal continua se propagando, agora com um índice de contágio maior do que no período de inverno.

       Agora, passada a euforia da eleição ou reeleição, os prefeitos precisam se esmerar em tornar resultado aquilo que prometeram, satisfazer as expectativas geradas aos eleitores. As obras iniciadas precisam ir sendo concluídas, os novos projetos precisam ser elaborados para execução, e os recursos, se não disponíveis ainda, precisam ser buscados em convênios com os governos estadual e federal. E, certamente, que a barrosa estará com o úbere meio seco em 2021. Bonança, apenas em 2022, quando teremos eleições nas outras esferas, e o dinheiro começa a dar em árvores. O chororô dos não eleitos é compreensível, mas quem não está preparado para ganhar ou perder, nem deve participar das eleições.

       Enquanto isso, em nosso Estado crescem os feminicídios, a violência doméstica, os abusos, os acidentes com carros e motos, (ceifando vidas), o contrabando e o descaminho, a apreensão de drogas ilícitas, e assim por diante. E, para assustar a quem tem um pouco de juízo, é só olhar os dados que mostram o aumento de casos e óbitos em razão da Covid-19.

       De qualquer forma, desejo que os executivos tenham êxito na nova empreitada e os legisladores cumpram seu papel de fiscalizadores das ações do Poder que devem fiscalizar.

Euclides Riquetti – Escritor – 

Publicação no Jornal Cidadela em 27-11-2020

 

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