Primeira pessoa vacinada no Brasil: enfermeira de São Paulo
O domingo, 17 de
janeiro de 2021, ficará com um registro muito especial no calendário e na mente
do povo brasileiro. Assim como foi em 17 de março do ano anterior, quando os
decretos restringindo maneiras de comportamento dos catarinenses já estavam vigorando.
Mas, no final da semana, foi de intensa comemoração dentre os trabalhadores dos
serviços de saúde em todo o Brasil.
Na segunda, em
Santa Catarina, ao final da tarde, um profissional da saúde, um idoso, e uma
indígena foram os três primeiros catarinenses vacinados com a vacina chinesa
Coronavac. E, na manhã da terça-feira, as doses do precioso medicamento
começaram a chegar ao Meio-Oeste e Oeste Catarinense, trazidas por uma aeronave
do Corpo de Bombeiros da Gloriosa Polícia Militar de nosso Estado. Para
Joaçaba, 1.600 doses, devendo contemplar, primeiro, os profissionais da linha
de frente de combate ao novo coronavírus e, extensivamente, aos demais. E há a
reserva de doses para o reforço. Idosos institucionalizados e indígenas está no
grupo altamente prioritário.
Mas a
comemoração foi precedida de 10 meses de angústia, preocupação e espera. E,
paralelamente, muita confusão no meio político, muita notícia falsa propagada
nas redes sociais da internet, muita especulação e mentira contada no
boca-a-boca. Presenciei, ainda em dezembro, alguém dizendo que, na UPA, em
Herval d ´Oeste, já estavam vacinando contra a Covid 19. E muitas bobagens
ditas por pessoas que deveriam ficar de boca calada, a começar pelos mimados e
inconsequentes filhos do presidente da República, que vieram agredindo a China.
E o pai, que deveria ser exemplo, portando-se como um moleque sem responsabilidades.
Muito feia, horrível, a querela protagonizada pelo Senhor Jair Bolsonaro e por
João Dória Júnior. Em que pesem as críticas quanto a sua atuação, o Ministro da
Saúde, Eduardo Pazuello, foi muito mais lúcido que seu chefe, embora, também,
tenha tido que desmentir a si mesmo, nesta semana.
Aquela emissora
de TV com abrangência em todo o território nacional, age à sua maneira, critica
severamente ao Governo Federal, embora sua crítica seja duvidosa, pois sabemos
que ela sempre pautou em seus próprios interesses em termos de produção de
noticiários. Mas temos bons jornalistas, bons médicos, pessoas de boa índole
que formam a opinião pública, e que precisam ser respeitadas.
O início da
vacinação para dissipar e pandemia é uma esperança e um alento para todos nós.
Precisamos rejeitar a demagogia, o oportunismo e o negacionismo. Infelizmente,
a discussão que deveria ser sobre a saúde e a resolução dos problemas, passou a
se pautar nas diferenças políticas. Enquanto isso, raposas velhas e espertalhonas
vão costurando estradas que lhes garantirão um futuro risonho. E fazendo com
que desavisados ou os que pensam com o fígado sejam levados a defender causas e
pessoas que não merecem nenhum crédito. Enquanto isso, nos Estados Unidos,
Donald Trump de despede do cargo de Presidente da República da maneira mais
deselegante possível, recusando-se a participar da cerimônia de transmissão de
cargo a Joe Biden. Quem não está preparado para o perder nem pode querer ser
político. Quem acha que sempre é o dono da verdade sempre precisará ser
rejeitado.
Enquanto isso,
espero que o Governo da China não considere as asneiras já ditas e as ofensas
já proferidas pelos familiares de Bolsonaro. Respeitemos a ANVISA, A FIOCRUZ E
O INSTITUTO BUTANTAN, ONDE TRABALHAM TÉECNICOS RENOMADOS E CIENTISTAS QUE MUITO
ESTUDARAM E PESQUISARAM DURANTE MUITOS ANOS, PARA PODEREM PROPOR A PRODUÇÃO DE
MEDICAMENTOS QUE POSSAM SALVAR VIDAS. Que o protagonismo seja de quem realmente
fez algo de bom e não dos oportunistas e demagogos. Podemos estar no início do
fim da pandemia. Mas, para isso, ouçamos as pessoas bem-intencionadas, as que
conhecem, de fato, como são as reações humanas aos remédios. E continuemos a
usar máscaras COBRINDO A BOCA E O NARIZ, não apenas penduradas nas orelhas e
segurando o queixo, praticando todas as formas possíveis de higiene e
promovendo a higienização. Vivamos nossa vida com normalidade, mas cuidando dos
outros e nos cuidando. E, em vez de ouvir políticos, jogadores de futebol, ouça
a enfermeira do posto de saúde ou o seu médico.
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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