sábado, 12 de agosto de 2023

Pais – as lembranças saudosas que todos temos!

 



Pais – as lembranças saudosas que todos temos!

       Todos nós temos saudosas lembranças de nossos pais. Poucos de nós, de nossa geração, ainda tem a felicidade de tê-los. “Pais são pais”, e isso nos basta. Muito ou pouco atenciosos, cada um deles ama ou amou seus filhos à sua maneira. Vemos, em nós mesmos, os pais que tivemos e os pais que podemos ser.

       O Dia dos Pais se tornou uma grande festa comercial. Mas a tônica da vida é familiar, sensível, cristã. Nesta semana, encontrei num supermercado local uma filha que acompanhava a sua mãe e a ajudava a escolher as coisas para colocar em seu carinho. Iam, sorridentes, em meio às prateleiras, buscar o que queriam. Cumprimentei-as e dei-lhes os parabéns! À cândida senhora por estar ali, chegando à casa dos oitenta, lúcida e com a energia compatível à sua idade. Queriam saber o porquê da saudação. Falei que era porque via naquela mãe a figura que todos queriam para ser sua.  E me lembrei da minha, dela e de meu pai.

       Os pais foram nosso alicerce. Das atitudes deles somos o resultado. Bem ou mal criados, parte vem da orientação deles, mas cabe a nós tentarmos ser melhores. Ajudar nossa família, sociedade e mundo a serem melhores. Ter o pai ou a mãe, ou ambos, ainda vivos, é um privilégio imedível.

       Lembro-me do esforço de meu pai para que nós estudássemos. Todo o pai que eu seu filho tenha um pouquinho a mais, que seja, de escolaridade. Um pouco mais de patrimônio físico, moral, intelectual. Mas isso depende de nós!

       Meu pai nasceu em Caxias do Sul e veio criança para o interior do atual município de Ouro. Foi para o Seminário Camiliano de Iomerê e depois para São Paulo. Morou e estudou na Vila Pompeia, viu jogos do Palestra Itália, ajudou a conduzir a cadeira de rodas do Comendador Francesco Matarazzo se sua mansão até à Capela do Seminário, antes do amanhecer, para participar das santas missas. Lá, aprendeu a ser carpinteiro, pedreiro, professor. E orgulho-me em dizer que ele tirava notas altas nos estudos, dominou o Latim, o Italiano e o Francês. Estudou Filosofia. Tocou órgão e piano, cantou em coral, conhecia partituras. Vestia terno desde a adolescência, viveu lá durante a Segunda Guerra Mundial. Fugiu do seminário após dar uma martelada no dedão do pé de um colega,  que se tornou o Padre Albino Baretta. Viveu clandestino em São Paulo por dois anos e, depois, veio com um mascate para a casa de seus pais, na Linha Bonita, no tempo em que “quem tinha um olho já era rei”!

       A História de meu pai, que completaria 10 anos neste dia 11 de agosto, tem pautas interessantes, já as mencionei em crônicas. Além de nossas boas e saudosas lembranças, ficou a Biblioteca Professor Guerino Riquetti, o museu que leva seu nome e desapareceu por maus cuidados do Poder Público, a Escola Professor Guerino e uma rua, na área central de Ouro com o seu nome. Ainda restam muitos de seus alunos que, quando os encontro, me contam belas histórias dele como professor e diretor de escola. Então, você que ainda tem o seu, comemore efusivamente! O abraço, o telefonema carinhoso, o reconhecimento, fazem muito bem a ele. Lembre-se que a perspectiva de caminhada dele

      Capinzal sem Expovale em 2023 – O prefeito Nilvo Dorini reuniu as principais entidades de Capinzal e comunicou que não patrocinará a realização da tradicional Expovale. Os representantes delas concordaram com os argumentos. Um milhão e meio de investimentos para um evento é muito dinheiro. Foi-se o tempo em que algumas empresas bancavam tudo. As prefeituras podem e devem investir na promoção de suas empresas, da cultura de seu povo. Mas, se tudo ficar nas costas delas, também é desperdício de dinheiro. Sou amplamente favorável a que as coisas aconteçam. Mas “do couro precisa sair a correia”!

       Turismo sazonal- Estive, nos últimos dez meses, fazendo turismo. Canasvieiras por cinco vezes, Chapecó, Balneário Camboriú, Aparecida, Rio e Petrópolis, Bonito (MS) e, recentemente, Ametista do Sul e Machadinho. Nos destinos, de carro, avião ou ônibus, conheço novas pessoas e faço muitas amizades. Escrevo sobre os locais e busco conhecimentos, além de lazer. No domingo, em Canasvieiras, um casal de idosos, septuagenário,  me falava (e opinava) sobre a dificuldade dos comerciantes nas cidades praianas durante o inverno. Diziam que o turismo precisa ser promovido em âmbito local. Que os órgãos de turismo deveriam liderar e organizar as entidades e agências a promover a rotação local. Oferecer as hospedagens a baixíssimo custo e organizar deslocamentos facilitados e baratos. O mesmo vale para nossas cidades. A falação sempre é grande, mas os efeitos e resultados são ínfimos. Não pode liderar ações de turismo quem não conhece, quem não viaja, quem não aprende!

Euclides Riquettti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

 Meu artigo no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

Em 10-08-2023

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