Pais – as lembranças saudosas que todos temos!
Todos nós temos saudosas lembranças de
nossos pais. Poucos de nós, de nossa geração, ainda tem a felicidade de tê-los.
“Pais são pais”, e isso nos basta. Muito ou pouco atenciosos, cada um deles ama
ou amou seus filhos à sua maneira. Vemos, em nós mesmos, os pais que tivemos e
os pais que podemos ser.
O Dia dos Pais se tornou uma grande
festa comercial. Mas a tônica da vida é familiar, sensível, cristã. Nesta
semana, encontrei num supermercado local uma filha que acompanhava a sua mãe e
a ajudava a escolher as coisas para colocar em seu carinho. Iam, sorridentes,
em meio às prateleiras, buscar o que queriam. Cumprimentei-as e dei-lhes os
parabéns! À cândida senhora por estar ali, chegando à casa dos oitenta, lúcida
e com a energia compatível à sua idade. Queriam saber o porquê da saudação.
Falei que era porque via naquela mãe a figura que todos queriam para ser
sua. E me lembrei da minha, dela e de
meu pai.
Os pais foram nosso alicerce. Das
atitudes deles somos o resultado. Bem ou mal criados, parte vem da orientação
deles, mas cabe a nós tentarmos ser melhores. Ajudar nossa família, sociedade e
mundo a serem melhores. Ter o pai ou a mãe, ou ambos, ainda vivos, é um
privilégio imedível.
Lembro-me do esforço de meu pai para que
nós estudássemos. Todo o pai que eu seu filho tenha um pouquinho a mais, que
seja, de escolaridade. Um pouco mais de patrimônio físico, moral, intelectual.
Mas isso depende de nós!
Meu pai nasceu em Caxias do Sul e veio
criança para o interior do atual município de Ouro. Foi para o Seminário
Camiliano de Iomerê e depois para São Paulo. Morou e estudou na Vila Pompeia,
viu jogos do Palestra Itália, ajudou a conduzir a cadeira de rodas do
Comendador Francesco Matarazzo se sua mansão até à Capela do Seminário, antes
do amanhecer, para participar das santas missas. Lá, aprendeu a ser
carpinteiro, pedreiro, professor. E orgulho-me em dizer que ele tirava notas
altas nos estudos, dominou o Latim, o Italiano e o Francês. Estudou Filosofia. Tocou
órgão e piano, cantou em coral, conhecia partituras. Vestia terno desde a
adolescência, viveu lá durante a Segunda Guerra Mundial. Fugiu do seminário
após dar uma martelada no dedão do pé de um colega, que se tornou o Padre Albino Baretta. Viveu
clandestino em São Paulo por dois anos e, depois, veio com um mascate para a
casa de seus pais, na Linha Bonita, no tempo em que “quem tinha um olho já era
rei”!
A História de meu pai, que completaria
10 anos neste dia 11 de agosto, tem pautas interessantes, já as mencionei em
crônicas. Além de nossas boas e saudosas lembranças, ficou a Biblioteca
Professor Guerino Riquetti, o museu que leva seu nome e desapareceu por maus
cuidados do Poder Público, a Escola Professor Guerino e uma rua, na área
central de Ouro com o seu nome. Ainda restam muitos de seus alunos que, quando
os encontro, me contam belas histórias dele como professor e diretor de escola.
Então, você que ainda tem o seu, comemore efusivamente! O abraço, o telefonema
carinhoso, o reconhecimento, fazem muito bem a ele. Lembre-se que a perspectiva
de caminhada dele
Capinzal sem Expovale em 2023
– O prefeito Nilvo Dorini reuniu as principais entidades de Capinzal e
comunicou que não patrocinará a realização da tradicional Expovale. Os
representantes delas concordaram com os argumentos. Um milhão e meio de
investimentos para um evento é muito dinheiro. Foi-se o tempo em que algumas
empresas bancavam tudo. As prefeituras podem e devem investir na promoção de
suas empresas, da cultura de seu povo. Mas, se tudo ficar nas costas delas,
também é desperdício de dinheiro. Sou amplamente favorável a que as coisas
aconteçam. Mas “do couro precisa sair a correia”!
Turismo sazonal-
Estive, nos últimos dez meses, fazendo turismo. Canasvieiras por cinco vezes, Chapecó,
Balneário Camboriú, Aparecida, Rio e Petrópolis, Bonito (MS) e, recentemente,
Ametista do Sul e Machadinho. Nos destinos, de carro, avião ou ônibus, conheço
novas pessoas e faço muitas amizades. Escrevo sobre os locais e busco
conhecimentos, além de lazer. No domingo, em Canasvieiras, um casal de idosos, septuagenário,
me falava (e opinava) sobre a
dificuldade dos comerciantes nas cidades praianas durante o inverno. Diziam que
o turismo precisa ser promovido em âmbito local. Que os órgãos de turismo
deveriam liderar e organizar as entidades e agências a promover a rotação
local. Oferecer as hospedagens a baixíssimo custo e organizar deslocamentos
facilitados e baratos. O mesmo vale para nossas cidades. A falação sempre é
grande, mas os efeitos e resultados são ínfimos. Não pode liderar ações de
turismo quem não conhece, quem não viaja, quem não aprende!
Euclides Riquettti –
Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!