quarta-feira, 21 de outubro de 2020

STF- Nem eles se entendem...

 




       O feriadão de Nossa Senhora Aparecida foi agitadíssimo nos meios de comunicação aqui no Brasil.  Enquanto milhares de carros tomavam os rumos das praias do litoral do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente, uma ação do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, concedeu liminar ao preso André do Rap, que é conhecido como líder do PCC e estava preso na penitenciária de Presidente Venceslau, no  interior de São Paulo. Depois de solto, algumas horas após, o novo Presidente do Supremo, Luiz Fux, cassou a dita liminar e com isso o conhecido personagem de ilícitos sumiu. As autoridades não monitoraram a movimentação dele depois de solto, uma vez que estava amparado apenas por decisão liminar.

       E, então, começou a polêmica: Marco  Aurélio diz que está tranquilo porque cumpriu estritamente e estreitamente o que manda a Lei. Fux recebeu críticas no meio jurídico porque meteu-se numa questão que não devia. E a imprensa ficou indignada porque o rapaz foi solto e representaria um grande perigo para a sociedade. E, assim, André Oliveira Macedo está foragido da Justiça, em razão da suspensão da liminar pelo Ministro Fux.

       Marco Aurélio Mello já teve decisões assim no passado. Agora, houve um vacilo do MPF e da Polícia Federal, que não realizaram procedimentos formais junto à Justiça para garantir que André do Rap ficasse preso. Alguém falhou, e o STF, mais uma vez, vira motivo de críticas e de chacota, pois, novamente,  mostram que não se entendem nem contra eles, imaginem então nos confrontos  que costumam ter com membros dos outro Poderes, o Executivo e o Legislativo.

       Enquanto isso, aqui na microrregião, centenas de candidatos a vereador estão habilitados a disputarem vagas nas Câmaras Municipais. Pelo menos 50 % deles posso considerar pessoas de bom nível, capazes de entender um texto, de entender uma proposta de um Projeto de Lei. No entanto, pelo menos 30 por cento deles não conseguem nem ler direito a curtíssima mensagem que lhe preparam para gravar para o programa eleitoral. Seus vídeos, postados nas redes sociais, são calamitosos. Culpa deles? Não! Culpa dos partidos que os usam para somar votos para suas legendas e ajudar na eleição do candidato a Prefeito que apoiam. Em Joaçaba, especificamente, a média intelectual e cultural dos candidatos a vereador é acima da média microrregional, e isso é bom.

       Com relação aos candidatos a prefeito, todos os candidatos, em algum momento dos últimos 20 anos, estiveram aliados a seus adversários, em projetos locais, estaduais ou federais. Na grande maioria das cidades, a disputa fica entre candidatos da direita, pois a esquerda, em algumas delas, não apresentou candidatos. Mesmo com pessoas de merecimento e boa biografia, como por exemplo o  Vereador do PT, em Joaçaba, Sérgio Favretto. O tratamento para com os oponentes, nos debates, tem sido em bom nível e respeitoso. Nas ruas, as propagandas nos carros  está começando a aparecer agora. A internet está sendo bem usada, no entanto, nada substitui a pedida pessoal do voto. E, no momento, á uma ação que precisa ser cuidadosa.

       Mas as conversas entre as pessoas estão a mil. Onde quer que eu vá, abordo as pessoas sobre o assunto política. E também sou muito abordado. No início,  eu achava haveria duas eleições: uma para disputar o cargo e outra para disputar o terceiro lugar. Mas as conversas me mostram outro quadro. Temos ainda quase um mês para a campanha e tudo pode acontecer. Por enquanto, Mamão e Bigode procuram  dizer o que fizeram e precisam justificar o que deixaram de fazer. Chico procura mostrar seu trabalho histórico entre entidades comunitárias e Jorge Pohl é cirúrgico e pontual em seus projetos, alguns ousados mas factíveis.

       Comemoramos, neste dia 15, o Dia do Professor. Na política, Educação e Saúde são apontadas como duas prioridades dos candidatos, historicamente. O processos de ensino e aprendizagem mudaram drasticamente no presente milênio, com a chegada de múltiplas tecnologias. Mas a ação educativa se efetiva com o dedicado trabalho do professor, que precisa dominar conhecimentos, ter habilidades em lidar com o ser humano, ali compreendendo o aluno e sua família, ter boa capacidade de comunicação, que é um processo de influenciar os outros. Pergunte-se, candidato, se o seu time vai contemplar profissionais de gestão que realmente entende do ramo, têm capacidade de articular-se e liderar, se os gestores  das escolas conseguirão liderar grupos familiares e trazê-los para ajudar a escola a “andar”, engajando-se nos projetos escolares, inclusive na dinâmica da participação para a conservação do bom ambiente de trabalho e até das instalações do educandário. Seu staff será capaz de causar uma grande “revolução” nas escolas da rede municipal, ou, como na maioria dos casos, composto por assessores “bonzinhos”, subordináveis e manipuláveis?

       Quando a educação merecer  muito mais do que o discurso, chegando-se ao entendimento de que ela é o principal fator de inclusão social e econômico, então, sim, teremos uma educação de efetivo resultado.

Euclides Riquetti – escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

      

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