quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Elvides Roque Zulianello da Silva - a partida de mais um amigão de juventude.

 





Uma vez escrevi uma crônica sobre "O filho do Almiro e da Gessi" - e nele incluí o seguinte parágrafo:


     O Almiro era meu amigo. Antes de ir estudar em União da Vitória, eu o conhecera. Viera do "Rio Grande", fora morar com o tio, Zulmiro Meloto, em Capinzal. Sua irmã, a jovem Irone, estudava no Mater Dolorum, era namorada do Jaime Baratto, o fotógrafo. Nos domingos, vinha com uma Kombi azul claro até o Ouro, onde tinha um amigo que morava de pensão na casa de minha tia, Maria Lucietti, esposa do tio Victório Richetti, o Elvides Roque Zulianello da Silva, gaiteiro, gaúcho de Vacaria. Éramos companheiros de bailes,  de festas  e de serestas. Cinco anos depois, ao voltar, depois de formado, fui morar em Zortea e reencntrei o Almiro: bigode e cabelão. Foi uma alegria reencontrá-lo!

       Pois bem... Recebi hoje de tarde um comentário - recado -  postado por Paulo Deniz    Sinhoratti, em que me noticiava que ontem, 24 de novembro de 2021, faleceu em sua residência, aos 71 anos, em Capinzal, o amigão de juventude Elvides Roque Zulianello da Silva. Fiquei muito triste!

       O Roque chegou em Ouro e Capinzal com 18 anos, talvez nem feitos ainda. Tinha dois sonhos: ser cantor, gravar um disco, e dirigir caminhão. Procurou emprego, começou como ajudante de pedreiro, sumiu, foi ao Rio Grande do Sul, voltou acho que com dois irmãos e um disquinho compacto simples, com duas músicas  dele. Gravara,  acho que em Caxias do Sul. Conseguiu vender alguns e depois começou a dirigir um caminhão da Marcenaria São José. Casou-se e ficou morando por ali. Virou caminhoneiro. 
 
       Pois bem, de novo! Estava eu morando em União da Vitória, 1972, trabalhando na seção de peças da Mercedes-Benz Álvaro Mallon e Filhos, na Rua Clotário Portugal, 974, antes de mudarmos para a BR. Eu andava sempre saudoso de minha cidade natal, de meus familiares, de meus amigos. E, num daqueles dias muito tristes, me aparece lá na Mercedes o Roque com seu patrão Marcos Fortunato Penso.Ambos eram meus amigos. Estavam com um 1313 trucado, iam para Paranaguá. Acho que era uma câmara fria. 

       Senti a alegria recíproca no sorriso deles ao me verem. Uns anos antes, o Sr. Marcos me convidou para trabalhar no comércio deles, acho que era Sociedade Mercantil Unidos, ali na hoje Rua Ernesto Hachmann, em Capinzal, num dos impoveis dele. 

       Foi muito bem revê-los. Disseram-me que a nova rodovia era excelente, BR 476, nova, mas que havia pouca estrutura nas margens, em termos de borracharias, restaurantes e postos de combustíveis. 
  
       Depois o Roque virou carreteeiro, comprou seu próprio caminhão e nos últimos anos viveu em Capinzal, estava já aposentado. 

       Adiante, voltei a morar em Zortéa e depois em Ouro. Vi o Roque algums vezes, conheci o filho dele, por sinal muito parecido com o pai. Uma vez, há umas duas décadas, visitou-me lá na Prefeitura de Ouro. O Roque estava do mesmo jeito, tinha aquele cabelo meio crespo, o mesmo jeito do gaiteiro de nossa juventude, o rapaz que gostava de calça de tergal cinza chumbo e a camisa branca de manga longa. 

       Agora, me veio a notícia de seu falecimento e não posso deixar de registrar aqui o meu afeto por ele, por sua família. 

     Que obtenha a merecida felicidade, com a proteção de Deus.
E com minha mais sincera homenagem e a lembrança dos bailinhos improvisados com sua gaita e suas canções gaúchas.

Euclides Riquetti
25-11-2021


       

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