No campo da administração pública, o
tempo não anda no ritmo da atividade privada. Numa empresa, o proprietário toda
as decisões da forma que lhe convém, é jogo rápido, se obtém êxito fica com o
mérito e o lucro, se as coisas não saem como ele queria, fica com o prejuízo e
precisa correr atrás para recuperar o que perdeu.
Em termos de gestão pública, tudo anda
muito devagar. A burocracia é grande e os gestores precisam adequar-se às leis
e ao orçamento. Plano Plurianual de Investimentos, Lei de Diretrizes
Orçamentárias, Lei do Orçamento Anual, e assim por diante. Mudanças de rotas,
só com aprovação legislativa. Assim é para a União, para os Estados e para os
Municípios. E, na maioria das vezes, a prática e a possibilidade passam bem
longe do sonho semeado nas campanhas eleitorais, que ajudam a conquistar os
votos dos eleitores.
Com nova administração em nível de País
e de Estados, vem a divulgação dos defeitos e falhas das anteriores, os furos
orçamentários, as dívidas, o caixa fraco, os compromissos assumidos e a
companheirada cobrando verbas. Aos poucos, as nuvens se vão dissipando, a
realidade começa a mostrar sua força, a decepção do eleitor e o puxassaquismo
dos contemplados de alguma forma, seja por cargos, possibilidade de ser fornecedor
ou, simplesmente, pela alegria de aparecer na foto com a autoridade. Agora, já
estão aparecendo as notícias de alguns malfeitos dos novos ocupantes de cargos
no Governo, como é o caso do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do
União Brasil – MA - , que, quando era deputado federal, conseguiu canalizar uma
verba de R$ 5 milhões do “Orçamento Secreto”, para o asfaltamento de uma
estrada que passa na frente das fazendas de sua família, em Vitorino Freire, no
Maranhão, segundo o jornal O Estado de São Paulo. E ainda com a acusação de que
a irmã do Ministro, Luanna Rezende, prefeita daquela cidade, poderia ter
favorecido uma empresa que participou sozinha da licitação da obra.
Tão logo passem os três primeiros meses
do Governo Lula 3, começam as especulações em relação às eleições de 2024,
quando os eleitores voltam às urnas para escolher, ou reeleger, novos prefeitos
e vereadores. Isso é até bom, pois tira um pouco o foco de Brasília, das encrencas políticas e
jurídicas. E os prefeitos precisam de muita agilidade de seus assessores para
poderem dar andamento aos projetos que se propuseram a executar quando foram
candidatos. O tempo corre célere e as ações eleitoreiras do ano da eleição mais
favorecem os opositores do que os que estão no Poder, isso em todas as cidades,
pois geram o debate crítico e a oposição sempre fica favorecida nessa questão. Lembrem
que 2024 já é amanhã!
A questão delicada dos yanomamis - As notícias que nos dão conta da falta de
comida e assistência médica em reserva yanomami em Roraima, e toda a polêmica
política em torno disso, tanto quanto aconteceu com a depredação de bens
públicos em Brasília no dia 8 de janeiro, nos obrigam a cobrar, severamente,
das autoridades, investigação rápida,
responsável e séria, sobre como aqueles índios chegaram a tal situação. Áreas
ocupadas por garimpos ilegais, possibilidade de desvio de remédios ou alimentos
que deveriam ser consumidos pelos índios, e a exploração das terras que fazem
parte das suas reservas devem ser trazidos à luz da verdade, com menos política
e mais informação. Mesmo debates sobre a “incapacidade” do índio deveriam vir
ao debate, sempre com lucidez e na busca doque é mais justo para todos.
Turismo – interesses e capacidade de
atrair o turista – Tirando, repito, Piratuba e Treze Tílias, onde a atividade
turística é importante geradora de trabalho e renda, impulsionando severamente
a economia local, as demais cidades continuam tímidas no quesito. Herval D
´Oeste, no momento, parece ser o município que tem um foco bem definido, há
pessoas engajadas no processo de tornar seus possíveis atrativos em produtos.
Não conheço nada de perto, apenas pelo
que ouço noticiado pela própria administração municipal e de pessoas ali
residentes que eu consulto. Sempre tive muito interesse no assunto, gosto e até
consigo avaliar, pela experiências, o que pode e o que não pode dar certo.
Relativamente ao assunto, estive
viajando com ônibus da Classe Turismo, de Joaçaba, através de pacote da Gapen,
de Capinzal, para Aparecida do Norte, Rio de Janeiro e Petrópolis. Além de
esses lugares terem atrativos consolidados e muito interessantes, verifiquei a imensa
capacidade profissional dos que fazem o turismo acontecer naquelas cidades,
além da importância cultural, história e paisagista dos locais. Em Aparecida,
um santuário suntuoso, o convencional adequado ao moderno, o apelo espiritual,
a Fé. Tudo excelentemente bem organizado, os preços equilibrados e compatíveis
com a possibilidade dos turistas, adequados ao bolso de cada um.
Na Cidade Maravilhosa, a magnitude do
Pão de Açúcar, do Corcovado, onde se situa a estátua do Cristo Redentor, a
força cultural da Cinelândia e a beleza arquitetônica da Igreja da Candelária. Muita
gente visitando, de todos os continentes do mundo, pessoas gentis, habilidosas
e atenciosas os recebendo, muitas poliglotas, uma estrutura logística de dar
inveja a qualquer outro lugar da América do Sul. Em Petrópolis, a História
preservada e presente, a arquitetura que encanta, o Museu Imperial e a Casa de
Santos Dumont muito me encantaram. Estrutura receptiva excelente, tudo muito
prático e fácil. Quem quer oferecer turismo precisa conhecer. Ir além da teoria
e do que a literatura da área oferece!
Euclides Riquetti –
Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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