Falsos cocares, maconha e a negação do direito à vida – a legalização dos assassinatos!
Nosso mundo está
virado ao avesso. O natural, legítimo, histórico, está perdendo lugar para as
narrativas contestáveis e o ativismo judicial, político e ideológico. Há uma
confusão mental que é proporcionada palas informações interesseiras. Há uma ditadura
digital e algumas personagens desfilam na passarela das mídias diversas. Para
onde vamos?
A pergunta, tão
simples e tradicional, ouço desde minha adolescência. Acompanho a política
partidária desde minha infância, quando as grandes brigas, verdadeiras
batalhas, eram travadas entre UDN e PSD. Timidamente, havia o PTB que, em
algumas vezes, se constituía no fiel da balança e era determinante nos
resultados nas eleições, principalmente em nível municipal e estadual. Hoje,
uma sexta de frutas das mais variadas origens e das quatro estações se misturam
num grande balaio. O mundo é uma tenda enorme, o Brasil uma grande tenda. No
balaião brasileiro, frutas podres vão tentando apodrecer as saudáveis. Quem
pode mais, quem grita mais, quem tem maior poder de manipulação, quem é mais
ousado e atrevido, dita as regras. Longe de valer aquele ditado de que, “quem
pode manda, quem tem juízo obedece!”. Mas, se não obedece, pode ir preso! Nem o
Papa poderia resolver a grande bagunça instalada.
Enquanto discursam
bonito na ONU, lá na Rússia e na Ucrânia pessoas continuam morrendo. Enquanto o
STF ocupa os espaços que deveriam ser da Câmara e do Senado, continuam a matar
pessoas inocentes, em vários lugares do Brasil, principalmente no Rio de
Janeiro.
A briga, agora, é com o marco indígena.
Cuidado, leitor, não fale mais em índios, fale em indígenas. Um monte de gente
engravatada, que vive nos ambientes do ar condicionado, que come Mac Donalds e
toma coca-cola, decide como tem que ser a vida, a cultura, os costumes dos
nativos brasileiros. Muito fácil seria determinar quantos hectares de terras
cada um deles precisa para tirar seu sustento, quantos para cada família,
segundo a quantidade de membros. As coisas seriam bem mais fáceis se o Senado,
principalmente, por seu Presidente, o Pacheco, tivesse a coragem de colocar os
temas em discussão e se tirasse um projeto que fosse próximo do perfeito, que
garantisse o bem-estar daqueles e dos produtores rurais.
Uma vez, há
quase duas décadas, no pátio da FUNASA, em Florianópolis, havia um grupo de
índios acampados, estavam lá defender algo de seu interesse. Alguns com o
celular no ouvido, outros com fones (de ouvido) conectados em aparelhos de CDs,
um automóvel Golf, uma Parati, outros carros bonitos, da linha Premium. Chega
alguém e avisa: “Estão vindo um repórter e um cinegrafista da RBS para fazer
uma reportagem! De imediato, uma porção de coisas foram sendo guardadas,
cocares foram retirados dos dependuradores, assentados nas suas cabeças, desapareceram
os celulares e os fones, alguns foram pintando listras nos rostos dos outro e
todos viraram “índios”. Sim, era assim que os indígenas eram chamados naquela
época. Falsos cocares, quem sabe logo, logo, trazidos do Oriente.
Um dito
representante deles deu entrevista, executaram uma dança, o ritmo era ditado
por uns instrumentos de fabricação artesanal por eles mesmo. Tudo muito bonito!
Duas horas depois, já sem repórteres, alguns chegando com cheese-burgers,
garrafas pet de coca-cola, sucos em garrafinhas de plástico. Num fogareiro a
gás, duas idosas faziam cozidos cheirosos, que desafiavam o paladar dos
passantes. Água à vontade na mangueira de jardim, banheiros limpos, roupas
estendidas em varais instalados entre as árvores qualquer ponto onde pudessem
ser amarrados.
O que dizer das
discussões sobre o uso legal da maconha? E o que considerar nas questões sobre
o aborto? As questões indígenas serão resolvidas com dinheiro e bom-senso. As
questões do uso da maconha ainda darão muito pano pra manga. Mas, a do aborto,
do querer legalizar o direito de se tirar a vida de quem não pode se defender,
isso sim é sério, horripilante. E não é uma questão de ideologia, de ética, de
moral, ou de que quer que seja. É uma questão de se coibirem assassinatos de
indefesos, com amparo legal.
Euclides Riquetti – Escritor –
Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC
Em 28-09-2023
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