domingo, 1 de outubro de 2023

Falsos cocares, maconha e a negação do direito à vida – a legalização dos assassinatos!

 




Falsos cocares, maconha e a negação do direito à vida – a legalização dos assassinatos!

       Nosso mundo está virado ao avesso. O natural, legítimo, histórico, está perdendo lugar para as narrativas contestáveis e o ativismo judicial, político e ideológico. Há uma confusão mental que é proporcionada palas informações interesseiras. Há uma ditadura digital e algumas personagens desfilam na passarela das mídias diversas. Para onde vamos?

       A pergunta, tão simples e tradicional, ouço desde minha adolescência. Acompanho a política partidária desde minha infância, quando as grandes brigas, verdadeiras batalhas, eram travadas entre UDN e PSD. Timidamente, havia o PTB que, em algumas vezes, se constituía no fiel da balança e era determinante nos resultados nas eleições, principalmente em nível municipal e estadual. Hoje, uma sexta de frutas das mais variadas origens e das quatro estações se misturam num grande balaio. O mundo é uma tenda enorme, o Brasil uma grande tenda. No balaião brasileiro, frutas podres vão tentando apodrecer as saudáveis. Quem pode mais, quem grita mais, quem tem maior poder de manipulação, quem é mais ousado e atrevido, dita as regras. Longe de valer aquele ditado de que, “quem pode manda, quem tem juízo obedece!”. Mas, se não obedece, pode ir preso! Nem o Papa poderia resolver a grande bagunça instalada.

       Enquanto discursam bonito na ONU, lá na Rússia e na Ucrânia pessoas continuam morrendo. Enquanto o STF ocupa os espaços que deveriam ser da Câmara e do Senado, continuam a matar pessoas inocentes, em vários lugares do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro.

       A briga, agora, é com o marco indígena. Cuidado, leitor, não fale mais em índios, fale em indígenas. Um monte de gente engravatada, que vive nos ambientes do ar condicionado, que come Mac Donalds e toma coca-cola, decide como tem que ser a vida, a cultura, os costumes dos nativos brasileiros. Muito fácil seria determinar quantos hectares de terras cada um deles precisa para tirar seu sustento, quantos para cada família, segundo a quantidade de membros. As coisas seriam bem mais fáceis se o Senado, principalmente, por seu Presidente, o Pacheco, tivesse a coragem de colocar os temas em discussão e se tirasse um projeto que fosse próximo do perfeito, que garantisse o bem-estar daqueles e dos produtores rurais.

        Uma vez, há quase duas décadas, no pátio da FUNASA, em Florianópolis, havia um grupo de índios acampados, estavam lá defender algo de seu interesse. Alguns com o celular no ouvido, outros com fones (de ouvido) conectados em aparelhos de CDs, um automóvel Golf, uma Parati, outros carros bonitos, da linha Premium. Chega alguém e avisa: “Estão vindo um repórter e um cinegrafista da RBS para fazer uma reportagem! De imediato, uma porção de coisas foram sendo guardadas, cocares foram retirados dos dependuradores, assentados nas suas cabeças, desapareceram os celulares e os fones, alguns foram pintando listras nos rostos dos outro e todos viraram “índios”. Sim, era assim que os indígenas eram chamados naquela época. Falsos cocares, quem sabe logo, logo, trazidos do Oriente.

       Um dito representante deles deu entrevista, executaram uma dança, o ritmo era ditado por uns instrumentos de fabricação artesanal por eles mesmo. Tudo muito bonito! Duas horas depois, já sem repórteres, alguns chegando com cheese-burgers, garrafas pet de coca-cola, sucos em garrafinhas de plástico. Num fogareiro a gás, duas idosas faziam cozidos cheirosos, que desafiavam o paladar dos passantes. Água à vontade na mangueira de jardim, banheiros limpos, roupas estendidas em varais instalados entre as árvores qualquer ponto onde pudessem ser amarrados.

       O que dizer das discussões sobre o uso legal da maconha? E o que considerar nas questões sobre o aborto? As questões indígenas serão resolvidas com dinheiro e bom-senso. As questões do uso da maconha ainda darão muito pano pra manga. Mas, a do aborto, do querer legalizar o direito de se tirar a vida de quem não pode se defender, isso sim é sério, horripilante. E não é uma questão de ideologia, de ética, de moral, ou de que quer que seja. É uma questão de se coibirem assassinatos de indefesos,  com amparo legal.

Euclides Riquetti – Escritor – 

Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC

Em 28-09-2023


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