segunda-feira, 22 de abril de 2024

Muralhas também desabam


 


 

Muralhas também desabam


Muralhas também desabam com os tremores
Como desabam os corações despedaçados
Cimento e pedras quando amassam as flores
Ferem qual lágrimas em rostos desesperados.

A turbulência nos céus amedronta os viajores
As turbulências da alma nos atormentam
A fúria dos mares apavoram os navegadores
As desilusões nos abatem e nos violentam.

Caminhos desertos maltratam e torturam
Como o sol ardente nos queima e devora
Quando vozes sufocadas apenas sussurram.

Mas quando as luzes do amor nos acenam
E a força da esperança brilha e se renova
Nos campos do sul flores amarelas vicejam.

Euclides Riquetti

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