domingo, 4 de maio de 2025

Rememorando meu Irmão Ironi Vítor Riquetti (Você continua vivo entre nós...)

          


       Houve algo que mexeu muito comigo neste domingo:  4 de maio: Aniversário da perda de meu irmão mais velho, Ironi, há exatos 27  anos. Parece-me que foi ontem... Jamais nos esquecemos das pessoas a quem amamos! 

         Lembro-me bem daquele dia. Vim antes do meio-dia para Joaçaba visitar meu irmão que estava doente, no Hospital Santa Terezinha. Ele estava ali internado  fazia alguns dias. Muito debilitado, fragilizado. Naqueles dias havia falecido o Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Um radinho a pilhas tocava as músicas deles e os locutores comentavam sobre o falecimento do cantor. Nós escutávamos e falávamos sobre isso. Era uma surpresa, pois houve pouco tempo entre o dia da descoberta da doença e o falecimento do Leandro.

          No último dia de vida de meu irmão, ele foi transferido para a UTI. Os médicos devem tê-lo colocado lá para nos poupar de mais sofrimento. Passamos o dia entre o quarto e as escadas do hospital que permitiam ir para o andar de cima. Bem ao final da tarde, liguei para a Escola Prefeito Sílvio Santos, onde eu deveria lecionar à noite. Justifiquei, disse que não poderia ir para lá. Orientei sobre o que os alunos deveriam fazer de atividade. Depois, comecei a relembrar de nossa vida...

          Na adolescência, o Ironi era muito forte. Muito mais do que os outros da mesma idade. Orgulhava-se em exibir os músculos dos braços e das costas. E também de seus olhos azuis claros, como os da Nona Baretta. Gostava de jogar futebol, jogou e foi treinador do Palmeirinhas, ali da Rua da Cadeia, no Ouro. Torcia para o "Palestra", de São Paulo, e para  o Botafogo, no Rio de Janeiro, coisa rara na nossa cidade. Mostrava-me que o Bota tinha um elenco fabuloso, era a base da Seleção Brasileira. Tinha o Garrincha, que era fenomenal. Manga, o Goleiro. O jovem Jairzinho, que depois foi o "Furacão da Copa do Tri", em 1970. Tinha  Didi, o Folha-seca. Amarilo, que substituiu Pelé em 62, no Bi. E ele me mostrava as fotos, comprava a "Revista dos Esportes" e me falava sobre os jogadores e os times.

          Foi pelas mãos dele que recebi os primeiros gibis. Ia, aos domingos, fazer trocas, antes das sessões de matiné do Cine Glória,  do Tex, do Pato Donald, do Mickey, do Búffalo Bill, do Fantasma, do Tarzan e outros.

          Tenho eterna gratidão por ele. Quando fui definitivamente para a Fafi, em União da Vitória, foi comigo procurar uma pensão. Ficamos o primeiro dia num hotel e, no dia seguinte,  depois que me acomodou numa pensão, ele retornou. Todas as vezes que eu ia passear em casa ele me dava uma calça nova, de "Tergal", que mandava confeccionar, sob medida, na Alfaiataria do tio Ivo Baretta.  Para minha irmã, a Iradi Lourdes Riquetti, hoje Ghidini, quando ela foi estudar na mesma cidade que eu, deu uma máquina de costura, para que ela pudesse costurar e sustentar-se. Ele fez apenas parte do Ginásio, mas nos incentivava a estudar. Repassa o filme em minha cabeça,  lembro de tudo como seu fosse hoje.

          Ao anoitecer, ele faleceu, naquele  04 de maio de 1998, há 27 anos... Lá em sua lápide, no Campo Santo da Villa São José, em Ouro, está a frase que sua esposa, Lurdes, mandou gravar: "Ironi, você continua vivo entre nós!" Continua, sim, você trem toda a razão, Lurdes.

         O Ironi partiu na véspera do aniversário de minhas filhas. Quando chega esta data, aguça-se por demais minha sensibilidade. No dia 05 de maio, comemoro a aniversário das filhas gêmeas, Michele e Caroline. Não há como não chorar! O mundo não é perfeito, não somos eternos em nossa vida terrena. Nossa esperança é de que um dia todos nos encontremos, na Gloria Eterna. A lembrança dele é forte como era o seu corpo. Sensível, como era a alma dele. Uma pessoa  do bem! Que continue ao lado dos anjos. Que a Tia Lurdes, a Graziela, a Gabriela, o Pedro Miguel e o genro Fabiano Lago sejam os propagadores de seus costumes. Em sua memória, sempre escreverei, quando lembro de versos que ele escreveu quando era jovem e eu adolescente: "Mas se você não me quiser, mesmo com sua displicência, eu saberei esperar, tenho muita paciência!" Coisa de poeta, coisa nossa, de nosso sangue,,, Agora, me deem licença que eu preciso chorar! 

Euclides Riquetti ( e família)

3 comentários:

  1. Descanse em paz meu amigo,quantas lembranças, do futebol do nosso Palmerinha, de um esperar o outro para ir ao cinema na cabeceira da Ponte onde dava de frente pra sua casa, das muretas e calçadas, que fazíamos juntos..

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  2. Um abraço, professor!

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