Quero ser o poema perfumado que você devora
A rima preferida que me abandonou
O soneto alexandrino que se foi embora
A alça da blusinha que a gente rasgou...
Quero ser o poema inspirado que você deseja
Ou a canção romântica que você cantava
Que escrevo e apago antes que você o veja
Ou as toalhas enroladas que você guardava...
Quero ser o sonho doce que nós dividimos
A ousadia vivida, o perigo iminente
Não quero acreditar que nós desistimos
Que lutamos muito, mas não o suficiente.
Quero ser o futuro que sorri muito contente
Que ri do passado sem lógica ou explicação
Quero ser o reencontro que volta neste presente
Que me embala no sonho das notas de sua canção.
Euclides Riquetti
27-02-2016
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