segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

À deusa adormecida





 


Repousa, qual deusa, qual princesa adormecida

Jazendo além das areias, além do casario

Como que a sonhar um sonho de menina

Na chuva do inverno, e no verão do estio

Repousa, majestosa, distante e altaneira

Moldurando a paisagem santa e praieira.


Estendida, inerte, plácida e soberana

Um  corpo  a se banhar ao sol que nos aquece

Uma alma a compor um ser que nos emana

A sensação de prazer  que nos enternece

Estendida, a esperar pela clara  noite de luar

Pelas estrelas no céu, pela brisa que vem do mar.


Nem o tempo a extingue, nem o frio a abala

Nem a chuva a destrói ou mesmo a amedronta

Nem mesmo o vento que as folhas  embala

Lhe ousam  desafiar com a mínima afronta

Enquanto que atiças, senhora,  os meus dilemas

Senhora que inspira meus versos, meus poemas.


 Euclides Riquetti


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