Os desastres ambientais no litoral brasileiro. É possível evitar?
Os desastres ambientais severos, ocorridos no litoral norte de São Paulo, a partir do domingo, mostraram-se presentes, de novo, no domingo, e se estendem durante os primeiros dias da semana, no período das comemorações das festas momescas. A cidade de São Sebastião foi a mais atingida, com centenas de residências e estabelecimentos atingidos por águas, barro e árvores descidas de elevações. A queda de barreiras resultou em desalojamento de pessoas que se encontravam em residências, hotéis e pousadas.
São Sebastião é um dos melhores destinos para os turistas atualmente. A cidade se preparou, seus dirigentes da área participaram de cerca de 60 feiras nacionais e internacionais nos últimos três anos. Divulgação ampla e melhoria da estrutura turística, tudo para receber bem os visitantes e melhorar a renda da população. São 50 praias catalogadas, com uma extensão de cerca de 100 Km. Com 90.000 habitantes, recebe um milhão de turistas na temporada 2022/2023. Pessoas vindas de todos os lugares do mundo e, agora, o prefeito da cidade pedindo aos turistas para irem embora, pois a ocorrência de novas chuvas, com desabamentos e inundações, pode colocar a vida deles em risco.
Os desastres ambientais têm sido muito frequentes no litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Estive em Petrópolis no fim de janeiro e a cidade está totalmente recuperada, um ano após as enchentes e desabamentos de um ano atrás. Mas as feridas permanecem no coração das pessoas que lá vivem.
De alguma forma, aqui em nosso Estado, houve uma alteração muito positiva na estruturação das equipes de defesa civil, com a aquisição de equipamentos que possibilitam a prevenção das ocorrências. Os policias militares e os bombeiros foram muito bem treinados para lidar com toda a sorte de eventos adversos. Mas o comportamento da natureza depende muito mais do que a simples vontade de as autoridades investirem na estruturação, e sim do comportamento do ser humano, e não apenas em nosso País, mas em todo o planeta. O aquecimento global é apontado como o fator que mais contribui para que os desastres aconteçam. Então, todo o proselitismo e as “cúpulas” que são realizadas, os compromissos assumidos e não cumpridos pelos governos, pouco resolve. Continuamos a produzir bens poluidores e as ações efetivas para melhorar nosso meio ambiente não acontecem. Já me referi a isso muitas vezes em meus escritos.
Turismo – muito aquecido no período pós-pandemia – Estive em Canasvieiras, praia que tenho frequentado nas últimas quatro décadas, e muito frequentemente no presente milênio. A faixa de areia foi alargada, a praia teve triplicada a sua capacidade de comportar público. Nesta temporada, aquele bairro de Florianópolis está recebendo turistas de todo o mundo, mas a presença de argentinos está acima da média. Nossos Hermanos vieram com suas famílias, muitas crianças e alegria na faixa de areia, na água e nas ruas. Restaurantes lotados, mercados lotados e shopping centers também lotados com gente gastando dinheiro.
Nos últimos dias, melhorou o índice de balneabilidade, aumentou o número de locais próprios para banhos. Santa Catarina teve incremento forte na arrecadação em 2022. Agora, o turismo continua movimentando bem, é uma atividade econômica importante para nossa economia, principalmente no nosso litoral.
Os preços das refeições nos restaurantes subiram, as coisas vendidas na praia estão caras. Mas, nos supermercados, há opções de compra de alimentos com preços até melhores do que os praticados em nossa cidade.
Rodovias arcaicas – As rodovias federais em Santa Catarina continuam sendo o principal tormento de quem viaja. A BR 282 que nos liga à BR 101, no litoral, nos últimos 40 anos, continua a mesma, sem a construção de terceiras vias nas subidas, principalmente. E, para as descidas, continua ocupada por carretas bitrens carregadas de madeiras, que andam ente 40 e 50 Km horários nos declives, represando o trânsito.
Carnaval renascido – O Carnaval de Joaçaba e Herval d´Oeste voltou com tudo neste ano. As pessoas, que ficaram isoladas, com medo de contrair o coronavírus, puderam comemorar a sua volta com muita alegria. Mataram as saudades. Hotéis de Joaçaba e região com boa lotação, restaurantes, mercados, e o comércio faturando. Causa transtornos no trânsito e prejudica os comerciantes localizados na Avenida XV de Novembro. O saldo deve ser positivo. O sonho de termos um sambódromo pode ser viabilizado se houver vontade de todos. É preciso definir um local, estabelecer orçamentos e ver como pode ser implantado, gradativamente. E aproveitável para atividades sociais e culturais. Que o sonho de muitos de realize!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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