sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Pão e circo – eu quero, eu também quero! Também quero trabalho, criatividade, desenvolvimento!

 


                                                       Joaçaba - SC = créditos :PMJ


Pão e circo – eu quero, eu também quero! Também quero trabalho, criatividade, desenvolvimento!

       Não quero que minha vida se torne chata. Nem a sua! Quero ver gente sorrindo, animada, tendo o prazer de viver e curtir a vida. Gente entusiasmada, que presenteia a todos com sua alegria, que contagia crianças, adultos e velhos. Quero gente que olha pra frente, sem desprezar o passado.

        Mas, como situar-se num contexto em que tudo conspira em favor do chato, do piegas, do supérfluo, do modorrento e do inconsequente? Por que se  teima em não nos divertir e, por conseguinte, dar-nos doses cavalares, não homeopáticas, de raiva e decepção? É difícil suportar os lixos com que somos presenteados. Aliás, a televisão, principalmente, consegue nos proporcionar tanta merda que até o BBB se torna atrativo, se estabelecermos uma razoável comparação. Quero pão, quero circo, quero alegria, quero vida, quero diversão, quero gente vibrante, que gosta da música, do canto, da poesia!

       Não, não quero fugir da realidade presente. Mas apenas refletir um pouco sobre o que nos tem sido oferecido pelos meios de comunicação, a quantidade de informações inúteis que nos chegam, a tolice que é representada pela chatice dos políticos de Brasília, as CPIs que não levam e não levarão a nada, a não ser expor ao ridículo algumas pessoas que, no intuito de fazer aquilo que julgam ser o bem, atentam contra si próprios.

       Nossa vida poderia ser bem melhor, se não tivéssemos que ficar sabendo de tanta porcaria, de tanto oportunismo, da canalhice, do ativismo político de quem deveria cuidar de seu ofício e não do dos outros. E, ainda, temos contra nós o confisco, legal, de nossos dinheiros. IPTU com valor exagerado, agora o imposto sobre as heranças, sobre o que o cidadão aufere quando perde os pais, que já pagaram imposto a vida toda e agora, ao morrerem, deixam um quinhão com um fardo para seus herdeiros. E  viver a ilusão de que o Governo faz pela sociedade mais do que lhe dar esmolas, uma sequência do “tudo pelo social”, do poeta dos Marimbondos de Fogo, José Sarney, aquém  os políticos ainda consultam antes de tomar muitas de suas decisões.

       Joaçaba comemora seus 106 anos! O território em que nasci, no dia 23  de novembro de 1952, prestimosa data em que também nasceram meus dois amigos Joventino de Marco e Dom Mário Marquese, o Ouro também fez parte do antigo Cruzeiro, chamando-se Distrito de Abelardo Luz, entre 1920 e 1929. Joaçaba era um grande território, e tem a mesma idade que Chapecó. E eu falava, nesta semana, com um grande empreendedor que veio de cidade vizinha para investir em Joaçaba, e que se deu bem, pela sua criatividade e força de seu trabalho e dedicação ao seu negócio. Falava ele: “Olhe bem para Chapecó e compare com Joaçaba. A mesma idade, uma colonização semelhante, lá uma cidade industrializada e aqui uma em que a indústria só foi para trás”! Nós precisamos de indústrias, de oferta de habitações populares, sermos mais práticos e menos elitistas. E isso é uma verdade incontestável. Fomos perdendo o circo e também aquilo que nos garantia, de maneira muito sustentável, o pão! E grande parte das observações valem também para Herval d ´Oeste, excetuando-se Luzerna.

       Chapecó foi governada, alternadamente, pela direita e a esquerda, mas por lá aconteceram coisas que não aconteceram aqui. Nossa sociedade é pacífica, nos falta a pluralidade da comunicação, as coisas demoram para acontecer, a espoleta falha ou demora muito para estourar. E, agora, daqui a um ano, estaremos presenciando mais uma campanha eleitoral visando à eleição de prefeito e vereadores. Será que teremos uma eleição tipo “mais do mesmo?”. Precisamos da ousadia que nos tem faltado, da liderança forte, do otimismo, do arrojo, da busca pelo que nos é de direito... Precisamos que nos volte uma parte ao menos razoável dos tributos que pagamos em nível municipal, estadual e federal.

       Com a carruagem andando do jeito que tem andado, em uma geração Capinzal terá ultrapassado, com larga vantagem, o município de Joaçaba. Busquem a história, vejam Chapecó, Concórdia, Videira, Xanxerê, Caçador e Capinzal, estabeleçam comparativos e depois tirem as próprias conclusões.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

      

      

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