Joaçaba - SC = créditos :PMJ
Pão e circo – eu quero,
eu também quero! Também quero trabalho, criatividade, desenvolvimento!
Não quero que minha vida se torne chata.
Nem a sua! Quero ver gente sorrindo, animada, tendo o prazer de viver e curtir
a vida. Gente entusiasmada, que presenteia a todos com sua alegria, que
contagia crianças, adultos e velhos. Quero gente que olha pra frente, sem
desprezar o passado.
Mas, como situar-se num contexto em que
tudo conspira em favor do chato, do piegas, do supérfluo, do modorrento e do
inconsequente? Por que se teima em não
nos divertir e, por conseguinte, dar-nos doses cavalares, não homeopáticas, de
raiva e decepção? É difícil suportar os lixos com que somos presenteados.
Aliás, a televisão, principalmente, consegue nos proporcionar tanta merda que
até o BBB se torna atrativo, se estabelecermos uma razoável comparação. Quero pão,
quero circo, quero alegria, quero vida, quero diversão, quero gente vibrante,
que gosta da música, do canto, da poesia!
Não, não quero fugir da realidade
presente. Mas apenas refletir um pouco sobre o que nos tem sido oferecido pelos
meios de comunicação, a quantidade de informações inúteis que nos chegam, a
tolice que é representada pela chatice dos políticos de Brasília, as CPIs que
não levam e não levarão a nada, a não ser expor ao ridículo algumas pessoas
que, no intuito de fazer aquilo que julgam ser o bem, atentam contra si
próprios.
Nossa vida poderia ser bem melhor, se não
tivéssemos que ficar sabendo de tanta porcaria, de tanto oportunismo, da
canalhice, do ativismo político de quem deveria cuidar de seu ofício e não do
dos outros. E, ainda, temos contra nós o confisco, legal, de nossos dinheiros.
IPTU com valor exagerado, agora o imposto sobre as heranças, sobre o que o
cidadão aufere quando perde os pais, que já pagaram imposto a vida toda e
agora, ao morrerem, deixam um quinhão com um fardo para seus herdeiros. E viver a ilusão de que o Governo faz pela
sociedade mais do que lhe dar esmolas, uma sequência do “tudo pelo social”, do
poeta dos Marimbondos de Fogo, José Sarney, aquém os políticos ainda consultam antes de tomar
muitas de suas decisões.
Joaçaba comemora seus 106 anos! O
território em que nasci, no dia 23 de
novembro de 1952, prestimosa data em que também nasceram meus dois amigos
Joventino de Marco e Dom Mário Marquese, o Ouro também fez parte do antigo
Cruzeiro, chamando-se Distrito de Abelardo Luz, entre 1920 e 1929. Joaçaba era
um grande território, e tem a mesma idade que Chapecó. E eu falava, nesta
semana, com um grande empreendedor que veio de cidade vizinha para investir em
Joaçaba, e que se deu bem, pela sua criatividade e força de seu trabalho e
dedicação ao seu negócio. Falava ele: “Olhe bem para Chapecó e compare com
Joaçaba. A mesma idade, uma colonização semelhante, lá uma cidade
industrializada e aqui uma em que a indústria só foi para trás”! Nós precisamos
de indústrias, de oferta de habitações populares, sermos mais práticos e menos
elitistas. E isso é uma verdade incontestável. Fomos perdendo o circo e também
aquilo que nos garantia, de maneira muito sustentável, o pão! E grande parte
das observações valem também para Herval d ´Oeste, excetuando-se Luzerna.
Chapecó foi governada, alternadamente,
pela direita e a esquerda, mas por lá aconteceram coisas que não aconteceram
aqui. Nossa sociedade é pacífica, nos falta a pluralidade da comunicação, as
coisas demoram para acontecer, a espoleta falha ou demora muito para estourar. E,
agora, daqui a um ano, estaremos presenciando mais uma campanha eleitoral
visando à eleição de prefeito e vereadores. Será que teremos uma eleição tipo
“mais do mesmo?”. Precisamos da ousadia que nos tem faltado, da liderança
forte, do otimismo, do arrojo, da busca pelo que nos é de direito... Precisamos
que nos volte uma parte ao menos razoável dos tributos que pagamos em nível
municipal, estadual e federal.
Com a carruagem andando do jeito que tem
andado, em uma geração Capinzal terá ultrapassado, com larga vantagem, o
município de Joaçaba. Busquem a história, vejam Chapecó, Concórdia, Videira,
Xanxerê, Caçador e Capinzal, estabeleçam comparativos e depois tirem as
próprias conclusões.
Euclides Riquetti –
Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
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