O que seria das rosas se todos gostassem de girassóis?
O Sr. Girassol estava resplandecente no mês de maio. Olhava, alegre, para todos os passantes, de todas as idades, credos... Reinava, garboso e absoluto em seu reduto, um verdadeiro "dono do pedaço". O veranico o deixara forte, saudável, belo e formoso. Energia trazida pelas raízes que sugavam a água e os fertilizantes da terra. Energia oferecida pelos intensos raios solares em tempos de outono quente. Ninguém ousaria desafiar sua Majestade. Majestoso, sim, orgulhoso por demais, respeitado pelas flores e pelos fiores.
Dona Rosa, tímida, acanhada, tivera abalos constantes desde abril. Ora o calor da atmosfera abafada, ora o frio ameaçador, as turbulências outonais. A inconstância climática, ameaçadora. O maio prazenteiro, festivo, dócil, não fora suficiente para atribuir-se a sensação de ânimo de que tanto precisava. Dona Rosa, que já se travestiu de amarela, branca, lilás, azul, champanhe, rosa, pink, bordô, decidiu que seria vermelha. Vermelha escarlate, vermelha como lábios de morango, como faces de cereja. Vermelha!
Girassol, sempre soberbo e acostumado a ser o centro das atenções, estava preocupado. Junho lhe seria perverso, certamente. Sem espinhos para defendê-lo, não adaptado ao frio sulino, corria sérios riscos. E seu ciclo, curto, não lhe garantia sobrevida. Foi aconselhar-se com algumas florinhas pouco significantes que se avizinhavam. Havia beijos, dentre elas. Bonitas, mas frágeis. Sua insignificância contava pelo pouco poder de resistência, não por lhes faltarem charme e beleza. Tentavam consolá-lo com palavras animadoras e otimistas: "Olha, amigo, você esteve ali, majestoso e poderoso ( e mais todos os outros "osos" que existem), enquanto que a Comadre Rosa aguentava, mesmo frágil, todas as ações das intempéries". Você não tem nada a fazer. Deixe que o colham e que as sementes que caírem por aí se transformem numa nova planta...
E veio o junho dos namorados, de Santo Antônio, de São João, de São Pedro, dos folguedos juninos, das muitas calorias e dos poucos exercícios. Ficou para trás o maio das noivas e das mães. Dona Rosa, reenergizada, veio com tudo. Encantou, deslumbrou, sorriu, Viu-se, novamente, princesa. Uma princesa que também nos deixará energizados, encantados, felizes e sorridentes, enquanto o amigo feneceu e boa parte de suas sementes misturaram-se à terra. Ficarão em dormência, esperando por uma boa temporada para que se transformem, novamente, em belíssimos girassóis. Muitos deles...
E penso: O que seria das rosas se todos gostassem dos girassóis?
Euclides Riquetti
Dona Rosa, tímida, acanhada, tivera abalos constantes desde abril. Ora o calor da atmosfera abafada, ora o frio ameaçador, as turbulências outonais. A inconstância climática, ameaçadora. O maio prazenteiro, festivo, dócil, não fora suficiente para atribuir-se a sensação de ânimo de que tanto precisava. Dona Rosa, que já se travestiu de amarela, branca, lilás, azul, champanhe, rosa, pink, bordô, decidiu que seria vermelha. Vermelha escarlate, vermelha como lábios de morango, como faces de cereja. Vermelha!
Girassol, sempre soberbo e acostumado a ser o centro das atenções, estava preocupado. Junho lhe seria perverso, certamente. Sem espinhos para defendê-lo, não adaptado ao frio sulino, corria sérios riscos. E seu ciclo, curto, não lhe garantia sobrevida. Foi aconselhar-se com algumas florinhas pouco significantes que se avizinhavam. Havia beijos, dentre elas. Bonitas, mas frágeis. Sua insignificância contava pelo pouco poder de resistência, não por lhes faltarem charme e beleza. Tentavam consolá-lo com palavras animadoras e otimistas: "Olha, amigo, você esteve ali, majestoso e poderoso ( e mais todos os outros "osos" que existem), enquanto que a Comadre Rosa aguentava, mesmo frágil, todas as ações das intempéries". Você não tem nada a fazer. Deixe que o colham e que as sementes que caírem por aí se transformem numa nova planta...
E veio o junho dos namorados, de Santo Antônio, de São João, de São Pedro, dos folguedos juninos, das muitas calorias e dos poucos exercícios. Ficou para trás o maio das noivas e das mães. Dona Rosa, reenergizada, veio com tudo. Encantou, deslumbrou, sorriu, Viu-se, novamente, princesa. Uma princesa que também nos deixará energizados, encantados, felizes e sorridentes, enquanto o amigo feneceu e boa parte de suas sementes misturaram-se à terra. Ficarão em dormência, esperando por uma boa temporada para que se transformem, novamente, em belíssimos girassóis. Muitos deles...
E penso: O que seria das rosas se todos gostassem dos girassóis?
Euclides Riquetti
Ande, sutilmente pelos caminhos do sol, e vá encontrar o que você procura. Estenda, gentilmente, suas mãos a quem você ama e entregue-lhe, incondicionalmente, o seu coração, com sua alma desprovida de incertezas, e seus olhos de inefável beleza. Vai, siga em frente, sem preocupar-se com pedras que possam estar em seu caminho, com plantas que em vez de flores lhe oferecem somente os espinhos.
Abra seu sorriso franco que a torna feliz, retribua, com alegria, a cada manifestação carinhosa, e dispense a todos sua atitude generosa. Seja compreensiva com os que duvidam de você, mostre-lhes que você é sincera e verdadeira, porte-se com altivez e galhardia, mas não se esqueça de exercitar, em cada momento, a sua humildade. Você é mais você, em todas as circunstâncias.
Permita, em cada dia, um renascer dentro de você, enseje expectativas em cada um que espera que lhe proporcione algo, esperanças que possam se renovar, possibilidades que se possam reabrir, caminhos que possam, novamente, ser percorridos. Situe-se ao lado do bem, não se importando se os outros pensam diferentemente de você. O que importa, sim, é a paz que restará em seu interior e que você fará resultar nos outros.
Dirija seu pensamento para o Altíssimo, faça-lhe orações despretensiosas, mas carregadas de boas intenções. Queira a felicidade para todos, independente de a terem ou não perdoado em seus pecados ou a aplaudido em suas vitórias, pois a vida nem sempre é dada a derrotas, e nem sempre a conquistar a glória.
Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol. E, depois que tiver feito tudo isso, sem que lhe fosse de obrigação ou compromisso, colha as flores que nasceram perto de você, nos caminhos que você trilhou, nos jardins onde as plantou. E verá, certamente, que tudo lhe valeu a pena!
Euclides Riquetti
Abra seu sorriso franco que a torna feliz, retribua, com alegria, a cada manifestação carinhosa, e dispense a todos sua atitude generosa. Seja compreensiva com os que duvidam de você, mostre-lhes que você é sincera e verdadeira, porte-se com altivez e galhardia, mas não se esqueça de exercitar, em cada momento, a sua humildade. Você é mais você, em todas as circunstâncias.
Permita, em cada dia, um renascer dentro de você, enseje expectativas em cada um que espera que lhe proporcione algo, esperanças que possam se renovar, possibilidades que se possam reabrir, caminhos que possam, novamente, ser percorridos. Situe-se ao lado do bem, não se importando se os outros pensam diferentemente de você. O que importa, sim, é a paz que restará em seu interior e que você fará resultar nos outros.
Dirija seu pensamento para o Altíssimo, faça-lhe orações despretensiosas, mas carregadas de boas intenções. Queira a felicidade para todos, independente de a terem ou não perdoado em seus pecados ou a aplaudido em suas vitórias, pois a vida nem sempre é dada a derrotas, e nem sempre a conquistar a glória.
Ande, sutilmente, pelos caminhos do sol. E, depois que tiver feito tudo isso, sem que lhe fosse de obrigação ou compromisso, colha as flores que nasceram perto de você, nos caminhos que você trilhou, nos jardins onde as plantou. E verá, certamente, que tudo lhe valeu a pena!
Euclides Riquetti
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