terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Orlindo Rech - o taxista que deixou história em Capinzal e Ouro

 


       Orlindo Rech, que viria a completar 85 anos agora em fevereiro, faleceu domingo em Capinzal, de causas naturais. Casado com Dona Clorinda Perotôni desde 20 de maio de 1967, o originário de Linha Sagrado, Ouro,  e sua espoa era de sua vizinha comunidade de Pinheiro do Meio, 

       Seu Orlindo nasceu em Linha Sagrado, município de Ouro, comunidade que visitava todos os finais de semana e onde seu corpo será sepultado. Ele casou-se em 20 de maio de 1967 com a senhora Clorinda Perotoni com quem teve três filhos: Adélcio,  Alessandra e André. A família possui uma loja com oficina de reparação de rádios, televisores, instalação e som automotivo em outros serviços do ramo, na Rua Narciso Barison, centro de Capinzal, a Eletrônica Rech. 

       O casal veio morar na cidade depois de casados, indo trabalhar na Churrascaria do Chascove, Ludovino Baretta, cunhado deles. Trabalhava como churrasqueiro e a esposa nos outros afazeres do empreendimento. Meu irmão, Hiroito Vital Riquetti, o tio Piro, era adolescente e ajudava na alfaiataria do Chascove e na churrascaria, onde tinha a incumbência de acender o fogo pela manhã e ajudar a servir os clientes.  Quando faziam almoço ou jantar para casamentos, trabalhavam todos juntos.  Paralelamente, Orlindo dirigia uma das Kombis e o Opala 4 portas, vermelho, que pertenciam ao meu primo Chascove. Adiante, foi dirigir seu próprio táxi, em Capinzal, onde trabalhou por mais de 40 anos. 

       Ao final de 2019, quando fui participar de uma feira cultural promovida pelo Departamento de Cultura de Capinzal, na Praça Pedro Lélis da Rocha, onde se situa a estação e o terminal  rodoviário de Capinzal, conversei com ele. O seu ponto de táxi fica entre o prédio da Rodoviária e o terminal dos ônibus urbanos. Ali há algumas árvores, onde se destaca uma mangueira plantada pelo Orlindo há muitos anos. Eu precisava descarregar meus equipamentos e livros e ele me indicou um lugar para estacionar em que eu não teria problemas.

       Há pelo menos uns 5 anos eu comecei a pesquisar sobre bicicletas antigas, uma Monark Marathon, daquelas de fabricação na Suécia. Ele tinha uma ano 11957, toda original. Falou-me sobre ela, contou-me que uns larápios a furtaram, mas que fora encontrada algumas horas depois. O Adélcio, a Alessandra e o André me atenderam e o primeiro me mostrou o lugar onde a guardam, numa varanda atrás do sobrado deles, pendurada numa estrutura. Disse-lhes que é um bem que precisa ser mantido, que é um patrimônio histórico deles, uma verdadeira relíquia. Minha ´paixão por esse tipo de bicicleta veio em razão de que, nos primeiros anos da década de 1960, meu pai possuía uma similar, e foi furtada do porão de nossa casa, ali na Felip Schmidt, em Ouro, onde ainda temos nosso sobrado. 

       Há poucos anos, o gringo foi solicitado a fazer uma corrida com seu táxi. I passageiro o sequestrou e ele conseguiu libertar-se em General Carneiro, pouco antes de União da Vitória, sendo atendido por um jovem médico que trabalhou conosco no serviço de Saúde, em Ouro. Ouvi os relatos dele numa entrevista em rádio e a narrativa me comoveu. Olindo, além de um esposo exemplar e ótimo pai de família, era filho do  saudoso  João Rech Sobrinho, conhecido como Joanin garganta. A família Rech, até hoje, produz vinhos naquela comunidade. Seus sobrinhos Alceu e Josenei produzem a marca Monte Sagrado, que eu ajudei a criar. 

       A atenção que o Orlindo costumava dar às pessoas, não apenas aos usuários de seu táxi, mas de todos os que o conheciam, era algo sem parâmetros, o que se estende também aos seus colegas de ponto. 

       Seu corpo foi sepultado nesta segunda, 04 de janeiro, em Linha sagrado, comunidade da qual jamais se afastou, mesmo morando em Capinzal.

       A todos os seus familiares, parentesco e amigos, um afetuoso abraço meu e de meus familiares. Que encontrem conforto nas boas lembranças das histórias que ele lhes contava e no carinho que sempre lhes dedicou. 

Euclides Riquetti

05-01-2020

     



2 comentários:

  1. Obrigado euclides por neste momento de dor compartilhar parte da historia desse grande homem e pai no qual jamais me igualarei . Adelcio

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  2. Que lindo Euclides. Obrigado pelo carinho e lembrar um pouco da vida dele. Abraço

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