domingo, 16 de junho de 2024

O arroz em tempos de catástrofes: as dores de cabeça para o Governo



       O Arroz em tempo de tormentas – O Governo Brasileiro tem levado críticas bombásticas de parte não apenas dos produtores gaúchos de arroz, como também da grande maioria dos veículos de comunicação convencional e dos meios virtuais. A encrenca em que Lula e seu time se meteram teve duas fases e virá a terceira, que é a que vai dar-lhes as maiores dores de cabeça, possivelmente uma Comissão Parlamentar de Inquérito sendo instalada.  Reitero mais uma vez que o Governo Lula III ainda não conseguiu entrar no jogo político da atualidade. O normal de duas décadas atrás não é mais o normal de hoje. 

       A primeira fase compreende a ideia de Lula importar arroz para suprir a sua falta em razão de o produto ainda não ter sido colhido no Rio Grande do Sul, nosso principal produtor, e teriam havido  importantes perdas daquela cultura. Até saíu na internet um modelo do rótulo oficial do pacote de arroz de 5 Kg, que sairá com a tabela de comercialização com o preço máximo de R$ 20,00 por pacote de 5 Kg. É dito que o custo do pacote será de R$ 25,00. A opinião geral é a de que tal subsídio deveria ser concedido ao produtor gaúcho. As entidades que representam os arrozeiros gaúchos se posicionaram totalmente contra a atitude e ação do Governo, com severas críticas. Justificam que 85% da colheita já havia sido efetivada. E que como houve uma super safra, haveria o equilíbrio entre a disponibilização e a demanda. A revolta contra o Governo expandiu-se para outros setores de produção e contaminou a imprensa brasileira, com exceção daquela de uma rede de tv que tem sido vaiada e classificada como “globolixo”.

       A segunda fase da encrenca veio com o leilão para a aquisição de até um milhão de toneladas. Menos de 300 mil delas foram ofertadas no leilão realizado. A divulgação as empresas vencedoras dos leilões, 5 ao todo, causou muita perplexidade nos meios econômicos, políticos e da imprensa brasileira. As empresas possivelmente fornecedoras não são conhecidas e suas atividades pouco têm a ver com a venda de cereais em grande escala. A comparação com as compras dos respiradores artificiais na época da Pandemia da Covid 19 é inevitável!

       A terceira e mais conflituosa vem agora. As bancadas ligadas ao agronegócio e à indústria no Congresso Nacional contestam veementemente todo o processo de escolha dos fornecedores. Vejam que nenhuma empresa que atua com comodities no Brasil participou do leilão. E a revolta é que o arroz importado virá de regiões do mundo em que os defensivos agrícolas que já foram proibidos de serem utilizados no Brasil são empregados por lá. Dizem que o efeito nocivo é  4 vezes maior do que os que são usados atualmente pelos produtores brasileiros. E o agro sempre tem sido condenado pelos ministros da hora porque, supostamente, produzem arroz e outros grãos de forma ambiental inadequada. Aqui, só chiam, mas calam-se com relação do episódio em evidência. A fase, agora, engloba uma CPI. Muito incômodo para Lula e seus auxiliares.

       A Medida Provisória do Fim do Mundo – A Câmara dos Deputados e o Senado Federal estão contestando a Medida Provisória originada pelo Governo e que provoca prejuízos ao setor industrial, surrupiando o seu direito de abaterem os valores a serem recolhidos em impostos em razão de terem créditos tributários. O STF está sendo acionado e resta ver se o comportamento dos seus ministros será o mesmo que tinham nos tempos do Governo anterior.

       A Rodovia estadual entre Capinzal e Piratuba – Utilizei-a na primavera passada, em fevereiro,  e também neste fim de semana. No ano passado e há 4 meses estava esburacada, numa situação insustentável. Em fevereiro havia uma meia dúzia de frentes de trabalho, em vários pontos, com muitas máquinas e homens trabalhando em  drenagens aterros e reaterros, assentamento de tubos e colocação de base de pedras tipo rachão e graduadas. Agora, menos buracos, mas poucas máquinas trabalhando, poucos trabalhadores, e a população não acreditando que a obra de reforma da rodovia possa ser concluída até novembro. A parte que está no território de Capinzal vem sendo executada dentro do cronograma. Mas a parte do território de Ipira tem muito ainda a ser executado. Parece haver atraso na efetivação de cortes de barracos, drenagens, e assentamento de base de pedras. No trecho dentro da área urbana será praticamente impossível que se executem os serviços para a próxima temporada. Ressalte-se que a intervenção é forte, há eliminação de curvas e alargamento das pistas de rolamento.

       Piratuba está bonita, com bons hotéis, pontos de lazer, restaurantes e lojas, tem um balneário formidável e recebe turistas de toda a América do Sul. Mas há a preocupação lá de que na temporada os visitantes que costumam vir pelo seu Norte deixem de fazê-lo. Cabe às lideranças políticas em empresariais de lá fazerem a devida e necessária cobrança para que o cronograma “prometido” seja cumprido.

       Ladroeira no Sul – Assolado por violenta e demorada catástrofe climática, o  Rio Grande do Sul tem recebido apoio e doações de todo o Brasil, dos países vizinhos e de vários ligares do mundo. Mas os aproveitadores e desonestos, inclusive alguns políticos, desviaram produtos de doações para si e aliados. A Polícia tem feito um bom trabalho e alguns foram até presos. É lamentável que, enquanto uns sofrem, outros roubem.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

 

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