terça-feira, 18 de junho de 2024

Lurdes Persch - a história que não escrevi! - saudosismo...

 



   

       Lurdes Persch nasceu em Capinzal, em 10 de outubro de 1940, ali perto da Igreja Matriz São Paulo Apóstolo e  na frente do Salão Paroquial. Ainda adolescente, veio morar em Joaçaba. Tornou-se professora, por suas mãos passaram milhares de alunos, na área de Estudos Sociais. Eu a conheci há quatro décadas. Professora da Rede Estadual de Ensino aqui em Joaçaba, ficamos amigos. Adiante, tornou-se Coordenadora/Presidente do SINTE microrregional, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Lurdes faleceu ontem e foi sepultada hoje.

       Durante todo o tempo em que atuei na Educação, como professor, tive um ótimo relacionamento com ela. Muito convicta, defendeu com unhas e dentes a implantação do Piso Nacional de Salários do Professor em Santa Catarina, liderou comitivas para defender a categoria nas assembleias que foram realizadas em Florianópolis. Com destaque para a sua atuação nos primeiros anos da presente década, onde dispunha de toda a sua energia e de seu dinamismo.

       Adiante, foi acometida do Mal de Parkinson, mas mesmo assim continuava a andar pelas ruas de Joaçaba. Quando a convidava para viagens, dizia que viajaria adiante, que agora tinha a preocupação com sua irmã Mirna, acometida da Doença de Alzheimer. Mirna esteve internada no Centro Vivencial da terceira Idade, no Itacorubi, em Florianópolis. Nós a vimos numa das vezes que fomos visitar minha sogra quando lá esteve internada. Noutra oportunidade, nós a vimos em Blumenau, onde se encontra internada até o momento numa Instituição das Irmãs Polonesas, onde cuidam de pessoas idosas. Hoje, por ocasião do passamento de Lurdes conheci sua filha de nome Perpétua.

       Pois que há um mês encontrei a Lurdes e uma de suas irmãs, a Edi, na equina das Lojas Bonatto, aqui no centro da cidade. Conversei com elas mostrei meu livro Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros lugares, autografei um volume para ela. Foi então que ela me contou de um sonho que tinha: Ter um livro escrito sobre sua vida, um livro biográfico, Explicou-me que já tentara isso no passado, que contratara uma jovem para ir escrevendo o que ditasse, pois não conseguia mais escrever, projeto este que não prosperou.

       Conversamos muito e trocamos os números de telefone. Combinamos que depois do dia 10 de junho ela me ligaria ara que fosse à casa dela para projetarmos a edição de um livro sobre a história da vida dela. Falamos sobre a sua irã Mirna e diversos outros assuntos. Iniciamos, ali mesmo um plano para que eu escrevesse sua História. Eu levaria uma pessoa comigo para ir gravando, faria a ela as perguntas, como se estivesse fazendo uma reportagem. Escolheríamos fotos para ilustrar a obra e eu buscaria ajuda de uma pessoa para fazer a diagramação. Eu mesmo negociaria com a mesma gráfica, a Blumen, sobre os custos, a mesma que imprimiu meu livro.

       Lurdes ficou muito animada, até decidimos que a foto de capa seria uma que ela tirou em seu Baile de Debutante, em plena juventude. Tudo ficou combinado e eu aguardaria que, após os procedimentos odontológicos a  que se submeteria, ela me ligaria para iniciarmos a redação de seu livro.

       No entanto, na manhã deste domingo, 16, ficamos sabendo de seu falecimento, através de mensagem de uma amiga em comum. Fiquei muito assustado, não imaginei que ela fosse falecer assim, de repente. Estive lá poucos minutos depois, fiquem um tempo considerável. Houve uma celebração do Bispo Dom Mário Marques, da Mitra de Joaçaba, com quem tenho algo em comum: ambos nascemos dia 23 de novembro de 1952, juntamente com outro amigo, o Joventino De Marco.

       Dom Mário fez uma bela celebração, bastante informal em sua mensagem, lembrou da amizade que tinha com a Lurdes e sua família. Falou da importância de as pessoas viverem a vida "curtindo" os bons momentos, usou até uma expressão muito conhecida: "Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje". Lembrei-me da frase que o meu professor Geraldo Feltrin, em 1972, na Fafi, em União da Vitória, me ensinou: "Neve put off until tomorrou all what you can do today".

       Aos familiares da amiga Lurdes Persch e a toda a sua legião de amigos e ex-alunos, um fraterno e condolido abraço.

Euclides Riquetti e Família
16-06-2019

   

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